Família Silvio Santos junta em um sofá
Foto: Reprodução Rogério Pallatta/SBT

A disputa judicial envolvendo a herança de Silvio Santos avançou com a decisão da Justiça de São Paulo de realizar uma perícia independente para avaliar contas, bens e empresas ligadas ao apresentador, morto em 2024. A informação foi revelada pela Folha de S. Paulo.

O procedimento atende a um pedido da viúva, Íris Abravanel, e das seis filhas, que contestam a cobrança de ITCMD (imposto estadual sobre transmissão causa mortis) que tem travado o acesso a parte do patrimônio mantido no exterior.

R$ 429 milhões bloqueados nas Bahamas

No centro do processo está um depósito de cerca de R$ 429 milhões nas Bahamas, vinculado à instituição Daparris Corp Ltd. O governo paulista cobra aproximadamente R$ 17 milhões de ITCMD para liberar os recursos.

A defesa da família sustenta que a tributação seria indevida, já que os valores estão fora do país e, portanto, não deveriam seguir a regra de incidência brasileira. As herdeiras também afirmam que cálculos da Secretaria da Fazenda elevaram indevidamente em R$ 47 milhões o valor devido na transferência de patrimônio de cinco empresas do grupo.

Família tenta quitar dívidas e avançar no inventário

Além da disputa tributária, a família informou ao juiz que pretende usar parte dos valores bloqueados para quitar uma dívida de R$ 10 milhões deixada por Silvio Santos, referente a um empréstimo contratado antes de sua morte.

Embora o processo esteja sob sigilo desde fevereiro, decisões recentes divulgadas no Diário Oficial detalham o avanço da análise judicial.

Patrimônio estimado em R$ 6,4 bilhões

Documentos associados ao inventário indicam que Silvio Santos deixou um espólio estimado em R$ 6,4 bilhões, distribuídos entre ativos financeiros, ações e imóveis. O inventário segue em andamento desde o início de 2024.

A perícia independente deverá mapear a composição dos ativos, revisar cálculos e identificar a localização dos bens. O laudo técnico servirá de base para definir se o imposto devido procede. O caso segue em avaliação no Tribunal de Justiça de São Paulo.