Dona da Seara

Lucro da JBS cresce 61% no 2T25 e bate os US$ 528 milhões

Fabricante de alimentos teve uma receita líquida na casa dos US$ 21 bilhões, avançando 9% em comparação ao segundo trimestre do ano passado

Tentativa de inserção na bolsa norte-americana começou há 10 anos. (Foto: Reprodução/Revista Mais Carne)
Tentativa de inserção na bolsa norte-americana começou há 10 anos. (Foto: Reprodução/Revista Mais Carne)

A JBS (JBSS32) registrou um lucro líquido de US$ 528,1 milhões no segundo trimestre de 2025, uma alta de 60,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

A receita líquida da fabricante de alimentos atingiu a casa dos US$ 21 bilhões, avançando 9% se comparado ao mesmo período de 2024.

Durante o período, cerca de 75% das vendas globais da JBS foram geradas nos mercados domésticos em que ela atua, e 25% oriunda de exportações.

O Ebitda ajustado da companhia alcançou US$ 1,8 bilhão (queda de 7,4%), com margem de 8,4%. A rentabilidade reflete o ainda desafiador ciclo da carne bovina nos EUA e o ambiente geopolítico no mundo, que afetaram, sobretudo, os resultados da JBS Beef North America e JBS USA Pork.

Noutro giro, os resultados da Seara, Pilgrim’s Pride e JBS Australia ajudaram a compensar, de forma parcial, a queda na margem do Ebitda.

Impacto das tarifas sobre a JBS

A tarifa americana de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo carne bovina, também está pesando sobre frigoríficos em geral.

Em entrevista à agência britânica de notícias, a Reuters, o CEO Global da companhia, Gilberto Tomazoni, afirmou que a JBS responde por cerca de 15% das exportações brasileiras de carne bovina aos EUA, onde também opera diversas fábricas. O Brasil exportou 180 mil toneladas de carne bovina in natura para os EUA no primeiro semestre.

Por causa da tarifa, o CEO afirmou que algumas fábricas da JBS no Brasil suspenderam brevemente a produção. Posteriormente, retomaram as atividades para redirecionar alguns produtos a outros mercados.

“O mais importante é que nossa plataforma foi construída levando em conta que esses fatores acontecem”, disse ele, referindo-se a obstáculos como barreiras comerciais e sanitárias.

“Está ruim nos EUA, está bom no Brasil, está bom na Austrália, e o frango está em um momento excelente”, disse ele se referindo ao resultado da Seara e da Pilgrim’s, que apesar da crise de gripe aviária entregou uma margem ajustada acima de 18%.