O banco Itaú (ITUB4) registrou um lucro recorrente gerencial de R$ 11,5 bilhões no segundo trimestre de 2025, uma alta de 14,3% em comparação o mesmo período do ano passado.
O valor está dentro da expectativa da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 11,3 bilhões. O balanço foi enviado ao mercado nesta terça-feira (5)
Conhecido por ser um “relógio suíço”, devido à sua entrega de resultados recorrentes, o Itaú confirma, assim, o bom momento operacional que vive nos últimos anos, disse o MoneyTimes.
De acordo com o próprio banco, o resultado é um reflexo da força da atuação diversificada, controle de despesas e uso intensivo de tecnologia para ganho de eficiência.
“Seguimos demonstrando a solidez da nossa estratégia e a capacidade do Itaú Unibanco de crescer com consistência e gerar valor”, disse o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho.
O banco é apontado pelos analistas como o mais seguro da bolsa e, diferente de seus concorrentes, como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), não passou por uma grande deterioração das principais linhas, como inadimplência e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido).
O banco conseguiu, mais uma vez, superar a rentabilidade dos seus rivais, com um retorno de 23,3%, alta de 0,9 ponto percentual no ano, enquanto o SANB encerrou o período com ROE de 16%. O Bradesco divulgou resultado de R$ 6 bilhões, com ROE de 14,6%.
Melhora generalizada nas linhas
Entre as principais linhas, houve melhoras generalizada do Itaú. A margem financeira com clientes melhorou 15,4% ante o ano passado, para R$ 30,3 bilhões. Já a margem financeira gerencial ficou em R$ 31 bilhões, elevação de 12,7%.
Segundo o Itaú, a linha foi puxada pelo aumento da carteira de crédito e maiores rentabilidades com passivos e remuneração do capital de giro próprio, reflexo da escala e eficiência operacional do banco.
As receitas de serviços e seguros 3,1%, a R$ 14,2 bilhões. Segundo o banco, a linha foi impulsionada pelos fatores:
- crescimento no faturamento com emissão de cartões;
- administração de recursos e;
- um avanço de 17,3% no resultado de seguros, “consolidando a força do banco em negócios de escala e recorrência”.
Melhora da inadimplência
O índice de inadimplência, acima de 90 dias, ficou estável no trimestre, a 1,9%, mantendo se no menor patamar dos últimos 18 trimestres, ou seja, desde o primeiro trimestre de 2021. Sendo assim, o banco conseguiu ‘segurar’ os calotes, mesmo com a piora do cenário macro.
Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias total e Brasil caiu 0,1 p.p. no trimestre.
“No Brasil, o indicador de pessoas físicas também ficou estável, onde merece destaque a redução do indicador de crédito pessoal, mantendo-se no menor patamar da história”.
O Itaú também suportou melhora da inadimplência, sem abrir mão do crescimento da carteira, que subiu 7,3%, para R$ 1,4 trilhão.
No segmento de pessoas físicas, o crescimento foi de 8%, com destaque para:
- crédito imobiliário: 17,2%;
- cartão de crédito: 7,7%
- crédito pessoal: 5,5%
Porém, outro indicador importante da saúde financeira dos bancos, a despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa gerencial, uma espécie de proteção contra calotes, ficou em R$ 9,6 bilhões, alta de 2,1%. Despesas não decorrentes de juros alcançaram R$ 16,5 bilhões, aumento de 9,4%.
O banco se justifica dizendo o aumento reflete os investimentos contínuos em tecnologia e inovação e o efeito de negociação do acordo coletivo de trabalho.
Guidance do Itaú (ITUB4)
Com crescimento acima do esperado, o Itaú revisou parte de suas projeções (guidances) para 2025. O banco agora estima um crescimento de 11% a 14% para a margem financeira com clientes e 28,5% a 30,5% para a alíquota efetiva de Imposto Renda no ano.
“As revisões estão relacionadas, principalmente, aos efeitos positivos de um mix de produtos e segmentos mais rentável que o esperado originalmente”.
Além disso, explica o banco, a margem de passivos tem apresentado melhor um desempenho, impulsionada por volumes mais elevados.