
O Mercado Livre (MELI34) registrou lucro líquido de US$ 421 milhões no terceiro trimestre de 2025, resultado 6% acima do apurado no mesmo período do ano passado. Dados apontam um ritmo mais lento de expansão que o aumento do lucro operacional por causa de dois impactos sentidos pela empresa, diz o grupo. Informações via Valor Econômico.
As informações foram publicadas pela companhia na quarta-feira (29), após o fechamento do mercado. No Brasil, os papéis do Mercado Livre terminaram o dia com queda de 0,16%, a R$ 101,84.
A empresa sofreu maior efeito de perdas cambiais na Argentina e de uma alíquota de imposto mais alta em comparação com 2024.
O Mercado Livre também foi impactado por investimentos que pesaram e suas despesas, mas defendeu a necessidade de manter a estratégia para ter crescimento no futuro, um debate antigo entre as grandes plataformas de comércio on-line e o mercado.
De acordo com a companhia, foram feitos “investimentos estratégicos que aumentaram o custo da receita, vendas e marketing e provisões para devedores duvidosos como percentual da receita”. E isso incluiu o aumento no limite para frete grátis no Brasil, a expansão do programa de venda de itens próprios, o investimento em ‘live social’ e a expansão do negócio de crédito.
Ao mesmo tempo, o Mercado Livre diz que “uma combinação de escala, eficiência e gestão rigorosa de custos nos permitiram diluir significativamente as despesas com desenvolvimento de produtos e administrativas”.
O efeito líquido final ainda foi de queda na margem de receita operacional na América Latina no trimestre frente ao mesmo período de 2024 – caiu de 10,5% para 9,8%. A margem líquida recuou de forma mais forte, de 7,5% para 5,7%.
Na visão do Mercado Livre, isso foi “uma compensação razoável” para os investimentos necessários para o crescimento de longo prazo.
Dados de vendas e frete
As vendas líquidas, na América Latina, avançaram 39% no período e chegaram a US$ 7,4 bilhões, ritmo de alta superior, em relação aos últimos quatro trimestres consultados pelo Valor Econômico; mesmo com o aumento significativo de operações com frete grátis no mercado brasileiro e da redução das taxas de frete cobradas pelos vendedores, o que reduziu a receita do frete.
Desde junho, no Brasil, o maior mercado do grupo, a empresa opera com frete zero nas transações acima de R$ 19.
No mercado nacional, a receita subiu quase 38% de julho a setembro, a US$ 4 bilhões, para as despesas operacionais locais de US$ 3,4 bilhões, levando a um saldo de contribuição final de US$ 475 milhões, descontadas depreciação e amortização. A soma é 5,9% menor do que os US$ 505 milhões de um ano atrás. A empresa comenta esse dado do país em seu material de resultados publicado.
A margem de contribuição direta do país caiu contra o período anterior pelas razões ligadas aos maiores investimentos no país: em marketing, vendas e outras áreas, aumento de provisões para devedores e do negócio de crédito.