A Nvidia (NVDC34) divulgou nesta quarta-feira (27) o balanço com os resultados da empresa no segundo trimestre de 2025 e, apesar do crescimento anual de 56%, as ações da gigante da tecnologia terminaram em queda nas bolsas ao redor do mundo.
Nos after hours de Nova York os papéis da empresa dos EUA chegaram a recuar mais de 3%. Às 20h, horário de Brasília, os papéis da Nvidia recuavam 0,39%.
Para especialistas procurados pelo BP Money, o derretimento da Nvidia mostra o imediatismo do mercado financeiro em um cenário cada vez mais atrelado aos riscos políticos.
A Nvidia reportou lucro de US$ 46,7 bilhões no segundo trimestre de 2025, uma alta de 6 % em relação ao trimestre anterior. Outra informação que chamou a atenção foi sobre os chips H20, que não foram vendidos para nenhum cliente chinês durante todo o período.
Mesmo com o bom desempenho, os resultados apresentados não foram compatíveis com as expectativas: analistas procurados pela FactSet esperavam que a Nvidia apurasse um lucro ajustado de US$ 1,01 por ação, com vendas de US$ 46,05 bilhões no trimestre.
“O mercado já está precificando um futuro ainda mais ambicioso, e qualquer sinal de desaceleração ou risco geopolítico (especialmente relacionado à China) traz reações imediatas. A expectativa global é que investidores mantenham um perfil cauteloso até que o cenário regulatório com esse país se clarifique” explicou Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.
O analista também considera que a receita no segmento de data centers – de US$ 41,1 bilhões, um aumento de 5 % – também gerou decepção, já que são um aspecto essencial para o valuation da Nvidia.
André Matos, CEO da MA7 Negócios, reafirmou que o mercado financeiro reage de maneira imediatista, “mas nem sempre racional.” Matos analisa que a médio e longo prazo a Nvidia vai continuar sendo uma referência em IA (Inteligência Artificial) e data centers, setores que irão ganhar cada vez mais destaque nos próximos anos.
“O que o investidor deve observar é justamente esse movimento: mesmo empresas com resultados extraordinários podem sofrer oscilações momentâneas quando há ruídos geopolíticos. Esse é um reflexo do cenário global atual, em que decisões de investimento estão cada vez mais atreladas ao risco político e comercial entre grandes potências“, concluiu o especialista.