Em informe ao mercado nesta segunda-feira (31), o Carrefour Brasil (CRFB3) anunciou reorganização societária do fundo de investimentos Península. O rearranjo resultou numa queda de participação da gerenciadora de ativos da família Diniz para menos de 5%.
Segundo comunicado a FIP (Península II Fundo de Investimento em Participações) deixou de estar sob tutela da Península Partners e passara a ser administrado pelo BTG Pactual Gestora de Investimentos Alternativos. O movimento resultou em perda de participação da Península no Carrefour de 7,3% para 4,9%, em concordância com dados divulgados pela varejista.
O déficit equivale a 103,5 milhões de ações. “O FIP, por sua vez…passou a deter 50.690.286 ações ordinárias de emissão da companhia, que representam cerca de 2,403% de seu capital social”, afirmou o Carrefour Brasil.
A rede citou que as ações da FIP farão parte do Free Float (capital negociado na bolsa) e a redução terá influência na Assembleia Extraordinária marcada para sete de abril. Como consta em documento, só poderão votar na decisão da assembleia 27,645% do capital social da companhia.
A Península informou que não planeja alterar a composição do controle societário ou administrativo da empresa.
Carrefour planeja reorganização
A varejista anunciou ao mercado na quarta-feira (26), que está discutindo a possibilidade de reapresentação da proposta de reorganização societária a assembleia de acionistas. Uma nova reunião extraordinária está marcada para sete de abril.
A proposta visa reformular as bases acionárias do Grupo Carrefour Brasil e da Carrefour S.A. A alternativa já recebeu pareceres jurídicos favoráveis, confirmando sua legalidade.
Carrefour pode comprar posição da Península e fechar capital
O grupo Carrefour passou a analisar, desde o final de 2024, a hipótese de recompra das ações da Península Participações no Brasil e, dentro desse movimento, a companhia tem considerado recomprar suas próprias ações e fechar o capital no país.
A decisão ainda não foi tomada, segundo apurou o “Valor”, e precisaria considerar, especialmente, questões de custos da transação e o momento adequado. Até segunda-feira (10), antes da alta das ações nesta terça-feira (11), a companhia estava avaliada em cerca de 2,2 bilhões de euros.
O Carrefour abriu um plano de recompra de ações na Bolsa de Paris no ano passado, que chegou a quase 700 milhões de euros. No Brasil, um fechamento de capital teria que considerar o prêmio sobre o papel — em 12 meses, até a véspera, a ação recuava aproximadamente 40%.