A Petrobras (PETR4) refutou, no fim da tarde desta sexta-feira (1), a alegação de que a auditoria KPMG tenha solicitado o afastamento de diretores para conduzir investigações sobre o contrato com a Unigel. De acordo com a empresa, o contrato de “tolling” com a Unigel seguiu os procedimentos de governança da estatal.
A Petrobras (PETR4) afirmou que o cronograma de divulgação de balanços, previsto para 7 de março, permanece inalterado, conforme comunicado oficial.
“Conforme já informado ao mercado, esse contrato tem caráter provisório e visa a permitir a continuidade da operação das plantas localizadas em Sergipe e Bahia, que pertencem à Petrobras, por oito meses, sem prorrogação”, diz a petroleira no comunicado.
“A operação de tolling (serviço de processamento de gás com vista à produção de ureia e amônia) ainda será ativada, não tendo havido até o momento nenhum desembolso por parte da Petrobras”, completou.
Petrobras (PETR4) teria tido recomendação de afastamento
Anteriormente, havia circulado no mercado a notícia, divulgada pelo colunista Lauro Jardim, de “O Globo”, de que a auditoria teria recomendado o afastamento dos diretores William França e Sergio Caetano Leite dos processos de certificação dos balanços, e ainda a apreensão de seus celulares, em meio a uma investigação de irregularidades no contrato entre a estatal e a Unigel.
O processo surge como desdobramento de um pedido de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), que identificou indícios de irregularidade e um possível prejuízo de R$ 487,1 milhões à Petrobras (PETR4) no contrato de industrialização sob encomenda (“tolling”) de fertilizantes firmado pela estatal em dezembro com a Unigel.
A Petrobras (PETR4), segundo o colunista, além de iniciar uma investigação interna sobre o assunto, Francisco Petros, presidente do comitê de auditoria estatutário da Petrobras e representante dos acionistas minoritários no conselho, contratou a empresa de auditoria KPMG para conduzir uma investigação independente.
Petrobras (PETR4) teria recebido denúncia
Paralelamente, conforme relatado na coluna, foram recebidas três denúncias pelos canais de denúncia da Petrobras (PETR4), alegando que William França, diretor de processos industriais, e Sergio Caetano Leite, diretor financeiro, teriam pressionado equipes técnicas a acelerar a aprovação dos contratos com a Unigel.
Petrobras (PETR4) enfatizou, através de comunicado que a KPMG é uma contratada regular da empresa desde 2017 para auditar suas demonstrações financeiras. O Valor entrou em contato com a KPMG para comentar, mas não obteve resposta até o momento da publicação.