A Operação Carbono Oculto, que cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão em investigação sobre a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) em negócios da economia formal, colocou entre os suspeitos uma empresa listada na B3 (Bolsa de Valores brasileira), a Reag Investimentos (REAG3), conforme informações divulgadas nesta quinta-feira (28).
A Reag é uma das maiores gestoras independentes do Brasil — ou seja, sem ligação com um banco. O principal foco da companhia é a gestão de recursos e patrimônio.
Os agentes chegaram à sede da empresa, na Alameda Gabriel Monteiro, na zona oeste da capital paulista, nas primeiras horas desta manhã. Também estiveram em outras administradoras em três endereços da Avenida Faria Lima, que concentra as principais empresas financeiras do Brasil.
De acordo com a força-tarefa, cerca de 40 fundos são suspeitos de serem utilizados pelo PCC, e suas gestoras foram os alvos da operação.
A Carbono Oculto, maior operação desse tipo na história, segundo a Receita, mobilizou 1.400 agentes em oito estados em uma megaoperação que busca desarticular a infiltração do crime organizado no setor de combustíveis e em instituições financeiras utilizadas como suporte dessa cadeia.
Reag Investimentos e a Operação Carbono Oculto
Fundada por João Carlos Mansur em 2022, a Reag passa por um forte processo de crescimento, impulsionado por aquisições e diversificação de investimentos. Além disso, segundo a Folha de S. Paulo, a empresa também começou a patrocinar o tradicional Belas Artes, um dos cinemas de rua mais antigos da capital paulista.
A divulgação do balanço do exercício de 2024 da companhia foi postergada, mas os anúncios trimestrais apontaram que ela saiu de um prejuízo de R$ 2,1 milhões no primeiro trimestre de 2023 para um lucro de R$ 2,9 milhões no primeiro trimestre de 2024.
Em janeiro de 2025, a empresa estreou na B3 comprando uma companhia que já estava listada, em uma operação que o mercado conhece como IPO (oferta inicial de ações) reverso.