O Santander (BCSA34) reduziu suas projeções para a inflação brasileira em 2025 e 2026 e passou a prever o início de um novo ciclo de cortes na taxa Selic a partir de janeiro do próximo ano. As informações constam no relatório de cenário macroeconômico divulgado nesta sexta-feira (4).
A estimativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2025 caiu de 5,4% para 5,1%, puxada principalmente por um real mais valorizado frente ao dólar, o que tem ajudado a conter a inflação de bens comercializáveis.
Para 2026, a expectativa também foi revista para baixo: de 4,8% para 4,5%, exatamente o teto da meta de inflação definida pelo BC (Banco Central), que persegue um centro de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
“O bom desempenho do real tem gerado pressão baixista sobre a inflação, especialmente nos bens comercializáveis. Esse movimento ocorre apesar das incertezas no cenário global e das expectativas em torno da trajetória das variáveis fiscais”, destacam os analistas do banco.
Segundo o relatório, a melhora na estimativa para o IPCA de 2026 reflete uma expectativa de menor inércia inflacionária, resultado da revisão para baixo da projeção de 2025.
Selic: corte só em 2026
Na política monetária, o Santander manteve a projeção de Selic estável em 15% até o fim de 2025. No entanto, projeta agora que o Banco Central dará início a um ciclo de flexibilização em janeiro de 2026, com redução gradual da taxa até atingir 13% ao fim do próximo ano.
No documento anterior, de maio, o banco apenas sinalizava a possibilidade de cortes no primeiro trimestre, sem cravar uma data.
“Após elevar a Selic para 15,00%, o Copom sinalizou o encerramento do ciclo e reforçou a estratégia de juros elevados por período prolongado. A comunicação tem enfatizado os efeitos defasados do ciclo e a necessidade de cautela daqui para frente”, afirmam os analistas.
O banco manteve suas projeções para o crescimento do PIB: alta de 2,0% em 2025 e de 1,5% em 2026.
Já para o câmbio, a previsão para o dólar no fim de 2025 caiu de R$5,80 para R$5,70, enquanto a expectativa para o fim de 2026 permanece em R$6,00.