
A Shell está buscando alternativas de capitalização para a Raízen (RAIZ4), que precisa ajustar o seu balanço devido a um endividamento de cerca de R$ 50 bilhões, revelou o jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (3). A empresa contratou o banco Lazard para ajudar na nova estrutura
Segundo a reportagem, um dos pontos que estão sendo discutidos é buscar uma solução na qual a Shell não tome controle da empresa – que é uma joint venture com a Cosan -, disseram interlocutores.
Uma fonte afirmou que a Shell estaria disposta a colocar até US$ 1 bilhão na empresa, mas quer atrair investidores para também participar do aumento de capital. Contudo, uma pessoa próxima das tratativas disse que os candidatos ao aporte até o momento não teriam interesse em toda a Raízen, mas em ativos específicos, o que não despertou o interesse da Shell.
Os acionistas estão aguardando para saber diretrizes da empresa na quarta-feira (5).
Fontes do mercado apontam uma necessidade de injeção de capital de cerca de R$ 10 bilhões. A discussão vem paralelamente ao processo de desinvestimento que a companhia tem feito ao longo dos últimos meses; uma das operações em negociação é na Argentina. A venda do negócio pode dar certo fôlego á companhia, mas não é considerada suficiente.
Estratégias de Capitalização e o Papel da Cosan
Na Cosan, a estrutura de capital está perto de ser equilibrada com aumento de capital com a entrada de sócios do BTG Pactual (BPAC11) e da gestora Perfin.
Uma outra saída que pode ser debatida seria o “follow-on” (aumento de capital via oferta de ações), com desconto e entrega de bônus de subscrição para os potenciais investidores. Mas, mesmo para essa alternativa, a visão é de que a chegada de um sócio estratégico seria importante para atrair novos investidores.
Procuradas pela reportagem do Valor, Raízen, Cosan e Shell não comentaram.