O mercado de e-commerce brasileiro está em destaque desde que o governo implementou a “Taxa das Blusinhas,” que impõe um imposto federal de 20% sobre compras estrangeiras abaixo de US$ 50.
A Shopee, uma das maiores empresas estrangeiras no país, afirma que a nova medida não a afetará e apoia a taxação. Presente no Brasil desde 2019, a plataforma de Singapura informa que 90% dos seus vendedores são brasileiros e que mais de 80% dos produtos vendidos são fabricados localmente.
“Não dependemos do mercado internacional. Isso representa uma pequena parte do nosso negócio. Portanto, do nosso ponto de vista, a empresa não será impactada”, diz Felipe Lima, chefe de desenvolvimento de negócios da Shopee.
Outro acontecimento que agitou o mercado foi a chegada da Temu, um marketplace chinês do grupo Pinduoduo, conhecido por seus preços agressivos e por “desestabilizar” os mercados onde atua. “É uma empresa que entra com força, investindo muito dinheiro”, diz Lima. Com a nova taxação, ainda é cedo para medir seu impacto real no Brasil, já que não se sabe como a Temu se posicionará para continuar competitiva.
Enquanto isso, a Shopee está empenhada em fortalecer sua presença no Brasil, com a expansão da sua rede logística como uma prioridade.
“Queremos proporcionar uma experiência de entrega cada vez mais rápida para nossos consumidores”, afirma Lima. Em março deste ano, a empresa inaugurou um novo centro de distribuição no Rio Grande do Sul, aumentando em 60% a capacidade de entrega de produtos na região Sul, atendendo mais de 600 cidades no estado e em Santa Catarina.
No mês passado, a Shopee também implementou canais de entrega direta em São Paulo, sua principal região de vendas, com o objetivo de entregar pedidos aos clientes até o dia seguinte.
De acordo com Lima, essa expansão também ajudará a impulsionar categorias que atualmente têm menor volume de vendas, como alimentos não-perecíveis. Atualmente, o segmento principal da Shopee é o de moda, seguido por itens para casa, decoração e utensílios de cozinha. Categorias de maior valor agregado, como eletrônicos, móveis e ferramentas de construção, estão ganhando mais destaque, afirma Lima.