O CEO do aplicativo de mensagens Telegram, Pavel Durov, declarou na segunda-feira (24) que a empresa fornecerá endereços IP e números de telefone dos usuários às autoridades competentes em resposta a solicitações legais. A plataforma mudou seus termos de privacidade para evitar que criminosos abusem dela, de acordo com a afirmação do executivo.
A alteração ocorre menos de um mês após a prisão de Durov na França. O CEO do Telegram está enfrentando acusações de suposta cumplicidade na propagação de materiais de abuso sexual infantil.
A mudança representa uma grande diferença em relação à abordagem anterior do aplicativo de conversa para governança de dados e sua privacidade de moderação frouxa. O Telegram, enviado aos Emirados Árabes Unidos, não tem sido responsável pelas solicitações de remoção de governos ao redor do mundo e frequentemente ignora pedidos de informações sobre suspeitos de crimes.
O aplicativo, que faz uso de inteligência artificial e conta com uma equipe de moderadores, agora passou a ocultar conteúdo problemático de seus resultados de pesquisa como parte de seus esforços para evitar o uso indevido. As informações são do “Valor”.
Quem é o fundador do Telegram, bilionário que tem mais de 100 filhos
O fundador do Telegram, Pavel Durov, de 39 anos, apelidado de “Zuckerberg russo”, foi preso no fim de semana na França, enquanto chegava a um aeroporto particular próximo de Paris.
A prisão do empresário ocorreu no contexto de uma investigação judicial aberta contra “uma pessoa não identificada”, que teve início pela unidade de crimes cibernéticos da promotoria em 8 de julho, conforme informações do Ministério Público de Paris.
A investigação se refere a 12 acusações que caem Durov, entre elas, cumplicidade em crimes como administrar uma plataforma online para permitir transações ilícitas; posse, distribuição, oferta ou disponibilização de imagens pornográficas de menores; fraude.
Além disso, a lista inclui também aquisição, transporte, posse, oferta ou venda de drogas, além de lavagem de dinheiro e recusa a entregar, a pedido das autoridades competentes, informações ou documentos necessários à realização e operação de interceptações permitidas por lei, entre outras.