
A liquidação extrajudicial do Banco Master pelo BC (Banco Central) nesta terça-feira (18) levantou dúvidas entre os 10 milhões de clientes do Will Bank, que integra o mesmo conglomerado. Mas, segundo as informações oficiais, o Will segue operando normalmente e não está incluído na liquidação.
O motivo é técnico: embora faça parte do grupo, o Will Bank está registrado sob a licença do Banco Master Múltiplo, instituição que não foi liquidada. Em vez disso, o BC colocou o Master Múltiplo sob o Raet (Regime de Administração Especial Temporária) mecanismo que preserva o funcionamento do banco enquanto ele passa por reestruturação.
Com isso, não há acionamento do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). O fundo só é acionado em casos de intervenção ou liquidação extrajudicial, o que não se aplica ao Will.
Venda do Will é prioridade
De acordo com reportagem de O Globo, a decisão do BC de colocar o Master Múltiplo em Raet busca viabilizar a venda do Will Bank. O fundo soberano Mubadala era o candidato mais avançado nas negociações, conduzidas com apoio da Mastercard, responsável pelas transações de cartões do Will.
A fintech tem cerca de R$ 7 bilhões em passivos e R$ 8 bilhões em operações correntes com a bandeira Mastercard, o que torna o banco particularmente sensível a uma eventual interrupção das atividades.
O Raet funciona como uma intervenção “light”: preserva operações enquanto se busca uma solução de mercado, evitando impacto direto sobre clientes, parceiros e sobre o próprio sistema de pagamentos.
Impasse nas negociações
Ainda segundo O Globo, a venda ao Mubadala teria sido suspensa após a liquidação do Master e a prisão de Daniel Vorcaro, controlador do grupo. Mesmo assim, interlocutores apontam que uma solução rápida é crucial para evitar que a crise do conglomerado afete o funcionamento do Will Bank.