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Energia renovável: cortes no Brasil impõem prejuízos 

Os cortes podem inviabilizar projetos inteiros e impactar a decisão de investimentos futuros

Energia solar/Foto: Freepik
Energia solar/Foto: Freepik

Geradores de energia eólica e solar estão enfrentando perdas de milhões de reais devido às interrupções na produção de suas usinas, determinadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O problema pode inviabilizar projetos inteiros e impactar a decisão de investimentos futuros, conforme apontaram empresas e entidades.

A situação tem impactado, especialmente, parques renováveis no Nordeste, em meio a gargalos na transmissão de energia para o Sul e Sudeste. Isso ocorre em paralelo a uma corrida das empresas para descarbonizar suas operações, e após o Brasil ter estimulado, através de subsídios, o crescimento da geração de energia limpa, que agora está sendo “desperdiçada”.

Essas ações são tecnicamente chamadas de “curtailments” e são alternativas quando a geração excede o consumo ou quando falta capacidade de transmissão, mas acabaram sendo intensificadas no último ano.

Esse aumento ocorreu após um grande apagão que começou no Nordeste e levou o ONS a reduzir o volume de energia que a região envia para o restante do país.

O percentual de corte na média nacional correspondeu a cerca de 3% da carga em julho, quando houve aumento dessas ações. Mas, em alguns projetos específicos, as perdas são mais significativas.

No acumulado de 2024, os cortes levaram a uma frustração de geração de mais de 20% em cerca de 20 empreendimentos, sendo que esse índice chega a superar 50% em uma usina solar da chinesa SPIC e em um conjunto eólico da Equatorial (EQTL3), conforme sinalizado pelo “InfoMoney”.

Energisa (ENGI11): consumo consolidado de energia cresce 11,9% em julho

Nas áreas de concessão do Grupo Energisa (ENGI11) o consumo consolidado de energia chegou a 3.349 gigawatts-hora (GWh) em julho, um aumento de 11,9% na comparação anual, maior taxa em 18 anos, segundo a companhia.

O avanço no consumo de energia do segmento industrial da empresa foi de 15,7%, seguido pelo rural, que teve uma alta de 14,7%. 

Já os setores residencial e comercial registraram elevações nas casas de 13,7% e 6,9%, respectivamente, na comparação anual.