Aumento de capital

Eneva (ENEV3) anuncia follow-on de até R$ 4,2 bi e compra usinas do BTG

A operação fará com que o banco de André Esteves se torne o maior acionista da geradora de energia

Eneva/Reprodução
Eneva/Reprodução

A Eneva (ENEV3) anunciou, na manhã desta terça-feira (16), um aumento de capital de até R$ 4,2 bilhões, juntamente com a aquisição das quatro usinas térmicas do BTG Pactual por R$ 2,9 bilhões.

Segundo a empresa, o negócio não só diminui consideravelmente seu endividamento, mas também estabelece o BTG Pactual como seu maior acionista.

A oferta principal do follow-on será de R$ 3,2 bilhões, totalmente garantida pelo BTG ao preço de R$ 14 por ação, representando um prêmio de 5,6% em relação ao fechamento desta segunda-feira.

Caso haja demanda, a Eneva planeja vender um lote adicional de ações, o chamado hot issue, arrecadando até R$ 1 bilhão a mais.

Lino Cançado, CEO da Eneva, afirmou ao Brazil Journal que a entrada dos recursos resultará na redução da alavancagem da empresa de 4,3x EBITDA no final do primeiro trimestre para 2,5x.

“Essas termelétricas do BTG trazem um fluxo de caixa muito forte – e num período em que a Eneva está com muitas obras e muitos investimentos a fazer. Então tem um casamento de fluxo perfeito,” disse o executivo.

O BTG, através do Partners Alpha, veículo dos sócios do banco detentor de 15% do capital atualmente, aumentará sua participação na companhia para cerca de 48%, incluindo o pagamento em ações das térmicas adquiridas, assumindo 70% a 80% da oferta-base.

O banco cederá seus direitos de preferência ao veículo. A Cambuhy, veículo da família Moreira Salles com 20,1% do capital, é o segundo maior acionista da Eneva, seguida pelas gestoras Dynamo e Atmos, detentoras respectivamente de 11% e 5,4% do capital, que possuem um acordo patrimonial alinhando seus interesses na empresa.

BTG consolida Eneva como líder em geração térmica

Renato Mazzola, sócio do BTG responsável pelos investimentos proprietários do banco, afirmou que como parte da transação, o BTG está comprometido em utilizar a Eneva como seu principal veículo de investimentos no setor de geração térmica e produção de gás.

Esse alinhamento visa evitar situações como a competição entre a Gera Maranhão, controlada pelo BTG, e a Eneva no leilão de capacidade no final de 2021.

A incorporação das termelétricas terá um impacto significativo nos resultados da Eneva, com a receita dos últimos doze meses da empresa subindo de cerca de R$ 10 bilhões para R$ 12,6 bilhões.

Além disso, o EBITDA aumentará de R$ 4,3 bilhões para R$ 6,1 bilhões, elevando a margem de 42,7% para 48,5%.