A Equatorial (EQTL3) Energia fechou, durante a madrugada, a compra da CELG-D. A distribuidora de energia de Goiás havia se tornado uma dor de cabeça para a Enel por conta dos blackouts que atormentam o estado, segundo informações do “Brazil Journal”.
A Equatorial irá pagar R$ 1,6 bilhão pela CELG-D, além de assumir a dívida líquida de R$ 5,9 bilhões reportada em 31 de março no último balanço publicado.
Um ano após comprar a CELG-D por R$ 2,2 bilhões, em 2018, a Enel reconheceu uma base de ativos regulatória (RAB) de R$ 3 bilhões. A partir daí, os italianos investiram R$ 5 bilhões na empresa, sugerindo que a RAB atual seja de cerca de R$ 8 bilhões.
Olhando esses números, a companhia está pagando um enterprise value ligeiramente abaixo de RAB, enquanto as distribuidoras negociam na Bolsa a um múltiplo médio de 1,7-1,8x EV/RAB.
A companhia levantou R$ 2,8 bilhões em fevereiro, a R$ 23,50 por ação, e irá pagar a compra usando parte de seus mais de R$ 10 bilhões em caixa.
Equatorial finca bandeira em Goiás
Com a aquisição, a Equatorial finca sua bandeira em um estado com muita demanda reprimida por energia após anos de subinvestimento. Na última década, Goiás cresceu substancialmente acima do Brasil em boa parte em decorrência da força do agronegócio.
A transação foi uma derrota para a Energisa, que conta com diversas concessões ao redor do estado e também disputava o ativo.
Esta é a sétima aquisição de uma distribuidora pela Equatorial. Seu modelo de gestão já foi aplicado no Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte e Amapá. Porém, a CELG-D se tornou a maior já feita pelo grupo em distribuição de energia, com um dos maiores retornos projetados da história.