O anúncio da demissão de onze mil funcionários do Meta (M1TA34), dona do Facebook, nesta quinta-feira (9), pegou muitos de surpresa. Entre eles, inclusive, os próprios funcionários da empresa no Brasil. Segundo uma fonte ouvida pelo BP Money, cerca de 100 pessoas foram demitidas da empresa – sem nenhum aviso prévio oficial. Além disso, áreas como a de recrutamento e treinamento foram, por ora, extintas – já que a empresa não pretende contratar até meados de 2023.
Um ex-funcionário da Meta no Brasil contou ao BP Money que não houve nenhum tipo de comunicação interna da empresa em relação aos cortes e tudo o que os colaboradores sabiam “não passava de conversa pelos corredores”.
A fonte revelou que o que aconteceu na Meta, nesta quinta, foi algo parecido com o que houve no Twitter (outra big tech que realizou demissões em massa, recentemente). “Acordei e já estava sem acesso a nada”, contou o ex-funcionário do Meta ao BP Money.
Além de não ter aviso ou comunicação oficial, a Meta extinguiu áreas, que não serão utilizadas pela empresa (por tempo indeterminado) como a de recrutadores e a de treinamento. O motivo para a extinção das duas áreas seria o congelamento de contratações pela empresa até o ano que vem.
“O pessoal de treinamento, que fazia o onboarding de quem entrava, também não existe mais no Brasil”, disse a fonte consultada pelo BP Money.
Único comunicado oficial teria sido e-mail geral de Zuckerberg
De acordo com a fonte ouvida pelo BP Money, a única informação veiculada oficialmente pela empresa aos funcionários demitidos foi um e-mail geral de Mark Zuckerberg, explicando que assumiria a responsabilidade e custos de todos.
Além disso, no e-mail, o CEO da Meta teria justificado as demissões com o crescimento falho em 2022. Zuckerberg informou aos funcionários desligados que achou que o crescimento de 2022 seria tão grande quanto o de 2021, e que pedia as mais sinceras desculpas pelos desligamentos, mas que para deixar a empresa mais efetiva teria que cortar o pessoal.
O corte de onze mil funcionários da Meta ao redor do mundo representa 13% do efetivo total global da companhia.
A fonte consultada pelo BP Money afirmou ainda que um grupo foi criado, no WhatsApp, com aproximadamente 100 pessoas, que teriam sido demitidas da Meta no Brasil e estariam tentando se realocar e se ajudarem por meio da rede social. Segundo a fonte, não há certeza se foram, exatamente, 100 pessoas demitidas da Meta no País ou se existem mais profissionais desligados que não estão no grupo.
Demissões da Meta no cenário global
O corte de onze mil funcionários da Meta, no mundo, foi a primeira demissão em massa feita pela empresa em 18 anos. O movimento tem sido uma tendência das big techs, que estão sendo pressionadas pelo cenário macro global, de alta de inflação e taxa de juros.
Em nota ao mercado e aos funcionários, o CEO do Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que a desaceleração econômica é o fator principal para este momento que ronda as empresas de tecnologia ao redor do mundo.
“Não apenas o comércio online voltou às tendências anteriores, mas a desaceleração macroeconômica, o aumento da concorrência e a perda de sinal de anúncios fizeram com que nossa receita fosse muito menor do que eu esperava”, afirmou Zuckerberg em nota divulgada nesta quinta-feira (9).
A Meta planeja, agora, cortar gastos discricionários e estender seu congelamento de contratações até o primeiro trimestre do ano que vem.