Executivo do Grupo Boticário diz que ESG será fator de comprometimento para empresas

Vice-presidente do conselho da companhia declarou que engajamento das empresas com causas socioambientais deve se tornar algo mais comum

O sócio e vice-presidente do conselho do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, declarou que o comprometimento das empresas com causas socioambientais deve se tornar algo mais comum à medida que se aumentar a pressão da sociedade em relação à atuação ESG (ambiental, social e governança, em português).

 “O tema ainda se constitui como diferencial, mas se tornará uma questão de sobrevivência para as empresas”, afirmou Grynbaum, em entrevista ao Estadão. 

O vice-presidente do conselho da companhia de cosméticos ainda relatou que o Grupo Boticário passou a procurar espaço na demonstração de resultados para continuar entregando produtos com qualidade e bom preço, porém também com preocupação ambiental e social. A empresa destina 1% da receita para projetos ESG, e segundo Grynbaun, essa foi uma maneira da companhia continuar buscando resultado, mas sem ignorar assuntos socioambientais. 

“Um dia ouvi que quem define a cultura são os acionistas, mas não são apenas eles. É claro que têm um peso relevante, mas a gestão também tem”, disse. “As pessoas têm o direito de não concordar, mas buscamos um alinhamento de ideias no bom sentido e em vista dos melhores objetivos”, completou o executivo.

Para Grynbaum, existem hoje vários fundos lastreados em ESG, mas a grande oportunidade é ser mais assertivo em relação à visão do consumidor. 

“Nos anos 1980, a questão da qualidade era um diferencial, e quem não tinha isso estava fora do jogo. Hoje, vejo o ESG da mesma forma. Na verdade, o tema ainda se constitui como diferencial, mas se tornará uma questão de sobrevivência para as empresas. As gerações mais novas, além de nativas digitais, são nativas do ESG. Cada vez mais os consumidores estão se perguntando sobre o trabalho das empresas na sociedade”, falou.
 

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