Fiagros: retorno com dividendos sobe para 1,25% em outubro

A taxa retorno com dividendos (dividend yield) do segmento de Fiagros, fundos do agronegócio, foi de 1,25% no mês de outubro, segundo levantamento de Anna Clara Tenan, CFA, especialista em Fiagros da Órama, antecipado para o portal “InfoMoney”.  A pesquisa considerou a média dos rendimentos pagos no mês pelos Fiagros do tipo FII (que reproduzem a estrutura dos fundos imobiliários) listados na B3.

Com isso, enquanto a Selic, taxa básica de juros, permanece estagnada em 13,75% ao ano, os Fiagros seguem aproveitando o cenário para entregar dividendos atrativos aos investidores.

Dado que os dividendos dos Fiagros são isentos de Imposto de Renda, o dividend yield equivale a um retorno de 1,47% fazendo a conta com o gross-up – cálculo que permite a comparação de investimentos isentos e não isentos de impostos – da tributação, mais de 130% da taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) no mês.

A especialista da Órama também destacou ao “InfoMoney” que, embora a renda variável tenha enfrentado um cenário desafiador desde o segundo semestre de 2021, por conta dos juros elevados, os Fiagros entregaram, em média, retornos consistentemente acima do CDI em 2022. 

Diante da queda dos juros, o cenário ainda pode melhorar nos próximos meses, segundo a especialista.

Qual o motivo de dividendos de Fiagros tão elevados?

Segundo Anna Clara, boa parte dos Fiagros investem em CRAs (certificados de recebíveis de agronegócio), que historicamente apresentam mais operações atreladas ao CDI. “No cenário atual de juros em patamares elevados e inflação arrefecendo (com meses apresentando deflação pontual) essas carteiras conseguem se destacar”, explica a especialista.

Em setembro, 89% das carteiras dos Fiagros ofereciam CDI mais um spread médio (taxa adicional) de 5,02% ao ano, de acordo com o levantamento. A  rentabilidade foi superior à vista em agosto, que era de CDI mais 4,9% ao ano.

Com isso, Anna Clara explicou ao “InfoMoney” o spread das carteiras pode ter aumentado por conta de uma maior alocação dos recursos captados pelos fundos. Em agosto, muitos Fiagros poderiam ainda não ter investido o recurso captado em follow-on e emissões.

Já a parcela de Fiagros com carteiras indexadas ao IPCA (índice de inflação) era menor: 11% dos fundos, que ofereciam IPCA mais 8,52% ao ano, em média.

“Obviamente, devemos considerar também as despesas dos fundos, como taxa de administração, gestão, performance e custos de transação, que reduzem o retorno ao cotista”, destacou Anna Clara ao “InfoMoney”.

O segmento de Fiagros, segundo a analista, tem um cenário promissor pela frente, por integrar o agronegócio, um setor resiliente e defensivo que até 2021 representava 27,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. 

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