A agência de classificação de risco Fitch Ratings anunciou hoje que confirmou o Rating Nacional de Longo Prazo “AA+ (bra)”, com Perspectiva Estável, da primeira emissão de debêntures da Eletroriver SA (Eletroriver), no valor total de R$ 805 milhões, com vencimento em abril de 2030, e da sua subsidiária BSB Energética SA (BSB), no valor total de R$ 345 milhões, com vencimento em abril de 2030. O pagamento de juros e principal é semestral. As debêntures são garantidas pela alienação fiduciária das ações da Brasil PCH detidas por cada emissor.
A Brasil PCH S.A é uma empresa brasileira que atua no setor de energia elétrica. A empresa possui um portfólio diversificado de usinas hidrelétricas de pequeno porte, conhecidas como PCHs, localizadas em diversas regiões do país. Os ratings refletem a dívida amparada pelos dividendos pagos por 13 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) com longo histórico de operação e receitas totalmente contratadas por meio de contratos de compra e venda de energia (PPAs – Power Purchase Agreements) do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) até 2028 ou 2029 e a exposição ao Mercado Livre após esse período.
As 13 PCHs operam há quase 14 anos, utilizam tecnologia comprovada e demonstram custos de operação e manutenção estáveis e com crescimento pouco acima da inflação. Esses serviços são realizados por uma equipe interna experiente, que conta com suporte de terceiros. O maior custo é com pessoal. O plano de manutenção é definido e programado para períodos de baixa afluência. O projeto tem seguros para cobrir riscos operacionais relativos a turbinas, equipamentos e infraestrutura, linha de transmissão e barragens.
Dentro do capital societário da companhia, a Eletroriver é controladora direta da Brasil PCH, da qual controla ações representativas de 70% do capital social. Já a BSB, titular das ações representativas dos demais 30%, é controlada pela Eletroriver, que detém a participação de 91% do seu capital, o que mitiga o risco relacionado à participação minoritária da BSB.
A Brasil PCH teve um sólido desempenho financeiro no último ano, registrando um faturamento líquido consolidado de R$ 714,4 milhões em 2022, um aumento de 20% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelo reajuste pelo IGP-M. Além disso, a empresa pagou dividendos no valor de R$ 362,4 milhões no período. A BSB, uma subsidiária da Brasil PCH, recebeu R$ 108,7 milhões em dividendos em 2022, o que foi suficiente para pagar o serviço da dívida (R$ 48,3 milhões) e os dividendos aos acionistas (R$ 49,8 milhões). Já a Eletroriver recebeu R$ 299 milhões em dividendos, incluindo os da BSB, que foram utilizados, em parte, para pagar R$ 112,8 milhões do serviço da dívida.
A captação de recursos foi realizada para adquirir as ações da Brasil PCH detidas pela Renova Energia SA, que está em recuperação judicial e é sucessora, por incorporação, da Chipley SP Participações SA, também em recuperação judicial. A transação envolveu 51% das ações da companhia.
Premisas bases do rating
As premissas dos cenários base e de rating da Fitch refletem as projeções macroeconômicas atualizadas em dezembro de 2022. A Fitch acredita que as projeções do IGP-M, a partir de 2023, serão equivalentes às do IPCA. O cenário-base considera premissas operacionais para a Brasil PCH, como um preço médio dos PPAs de BRL 464,00 em 2023, BRL 476,00 em 2024 e BRL 494,00 em 2025, corrigidos pelo IGP-M a partir de 2026. Além disso, o GSF é projetado para ser 0,85 em 2023 e 0,93 a partir de 2024. A empresa também prevê comercializar 90% da garantia física das PCHs após o termo dos PPAs do Proinfa, com um preço médio da energia vendida após o termo dos PPAs de BRL 200/MWh, em termos nominais. Os custos operacionais e despesas administrativas estão 5% acima do orçamento da companhia, e os investimentos (civil, eletromecânico, fundiário e meio ambiente) são de acordo com o orçamento da empresa.
O cenário de classificação para a Brasil PCH considera as mesmas premissas do cenário-base, exceto pelo GSF, que é projetado para ser 0,82 em 2023 e 0,90 a partir de 2024. O preço médio da energia vendida após o termo dos PPAs é R$ 175/MWh em termos nominais, enquanto os custos operacionais e despesas administrativas estão 10% acima do cenário-base. Os investimentos (civil, eletromecânico, fundiário e meio ambiente) são de acordo com o orçamento da empresa, com estresse de 5%.