A elevação da Selic (taxa básica de juros) pode acelerar o rebaixamento das empresas brasileiras este ano, segundo análise da Fitch Ratings, agência de classificação de risco. Neste sentido, os setores mais vulneráveis devem ser a saúde, companhias aéreas, varejo, construção civil, propriedades comerciais e imóveis, com exceção dos shoppings.
A alavancagem relativamente alta desses setores, com as condições de liquidez doméstica e o acesso ao mercado de capitais, de acordo com a Fitch, os tornam mais vulneráveis às taxas mais altas.
“A última vez em que a Selic subiu acima de 13% (2015-2016), os downgrades em escala nacional superaram os upgrades em quase cinco para um”, destacou a entidade em relatório, segundo o “E-Investidor”.
A taxa de juros na faixa atual em que se encontra (12,25% ao ano) e a projeção de novas elevações ainda neste trimestre, já está causando impactos sobre as taxas de juros e a alavancagem na flexibilidade financeira das empresas.
Além disso, a Fitch reiterou que, mesmo com a economia demonstrando forte dinâmica ao longo de 2024, sustentada principalmente por um mercado de trabalho, historicamente a atividade econômica no País diminuiu quando as taxas de juros ultrapassaram 14%.
Fitch vê ameaça aos negócios no Brasil com dólar e juros elevados
Uma análise da Fitch Ratings, agência de classificação de risco, indicou que a piora das condições econômicas no Brasil por causa dos juros em alta e da constante desvalorização do real ameaça negócios das empresas.
A agência avaliou as perspectivas para as companhias na América Latina em 2025 e alertou para eventuais impactos da recente piora das condições do mercado no Brasil. A Fitch precificou que o PIB (Produto Interno Bruto) do País deve desacelerar este ano.
Diante de um crescimento esperado de 3,1% em 2024, a agência espera uma redução para 2% em 2025, segundo a “ CNN Brasil”.
“A recente desvalorização do real poderia exacerbar as pressões inflacionárias, com o Banco Central continuando a aumentar as taxas de juros”, alerta a Fitch.
As empresas da América Latina, no geral, fizeram um bom gerenciamento das finanças e passivos nos últimos anos, segundo a agência. Por isso, estão melhor preparadas para eventuais medidas de Donald Trump, como a adoção de tarifas mais altas a países que exportam para os EUA.
Dessa forma, será possível limitar o risco de piora nas companhias devido à expectativa de menor crescimento do PIB da região e da economia mundial.