Fundador da Ricardo Eletro se torna coach após venda de empresa à beira da falência

Segundo fontes, o novo negócio de cursos e mentoria vem garantindo um bom dinheiro ao empresário

Ricardo Nunes, fundador da Máquina de Vendas, a dona da Ricardo Eletro, realizou um evento, com o nome de “Explosão de Vendas”, no mês passado, no qual ele tinha como objetivo passar o melhor de sua experiência em 30 anos de trabalho para “construir a segunda maior empresa de varejo desse País”. O curso tinha a duração de três dias em modelo híbrido e contava com um público inflamado no chat.

Procurado várias vezes pela “Exame”, Nunes não quis dar entrevista, porém, segundo fonte do veículo de comunicação, o novo negócio de cursos e mentoria vem garantindo um bom dinheiro ao empresário. 

Nunes afirma, durante o curso, que chegou a empregar 40 mil pessoas e a faturar mais de R$ 10 bilhões ao ano, brigando com as grandes do setor, como Magazine Luiza e Casas Bahia. O empresário cobra até R$ 10 mil nos cursos e adota uma estratégia agressiva de engajamento, com grupos de WhatsApp, ligação via robôs e muitos SMS.

O executivo, logo no início, disse que queria ensinar os ouvintes a enfrentar a concorrência e a fazer caixa, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo” acompanhou a “live” de Nunes no dia 18 de julho. Além disso, os comentários negativos que eram publicados no YouTube, eram deletados em segundos, incluindo as de ex-funcionários. 

O perfil do Instagram do empresário, que ele também usa como plataforma de divulgação dos seus cursos,  foi denunciado, em junho, por suspeita de sonegação da ordem de R$ 86 milhões. 

Além disso, o executivo foi alvo de denúncias de lavagem de dinheiro e chegou a ser preso, de acordo com a “Exame”. “Ele mora nos Jardins, leva uma vida luxuosa e fica postando fotos em avião particular. Enquanto isso, mente sobre o que fez na empresa. Se ele hoje é bilionário, tirou esse dinheiro de algum lugar”, segundo fonte. 

A empresa passa por uma recuperação judicial há 2 anos, tentando driblar pedidos de falência pelos bancos Itaú, Bradesco e Santander. Atualmente, todas as lojas físicas da companhia foram fechadas, e assim, o negócio tenta se reinventar como um e-commerce e aposta na venda de produtos de terceiros e sustenta um faturamento mensal estimado em R$ 600 mil. 

A história de Ricardo Nunes 

Nunes começou no mundo dos negócios com a venda de mexericas na porta de uma faculdade, posteriormente evoluiu para uma banca na frente da faculdade e, pouco depois, Nunes começou a ir até a Rua 25 de Março, em São Paulo, para comprar produtos de moda e revendê-los em sua cidade. Foi aí que nasceu a Ricardo Eletro, quando ele tinha 18 anos. 

A partir disso, a Ricardo Eletro só cresceu, até 2015, quando começaram as primeiras acusações de sonegação. Depois, a situação para o empresário só piorou. 

Quando em 2020, quando Nunes foi preso, acusado de sonegar R$ 387 milhões. Todas as lojas físicas foram fechadas, em parte por causa da pandemia e o negócio entrou em recuperação judicial. O empresário ficou apenas um dia na cadeia.

Na mesma época, o empresário Pedro Bianchi – vindo da Starboard, empresa que investe em negócios em dificuldades e que tentava ajudar a varejista – assumiu o comando da Ricardo Eletro e uma dívida de R$ 6 bilhões. Enquanto Nunes partiu para sua nova vida de coach de vendas.
 
Atualmente, a Justiça ainda não autorizou a Máquina de Vendas a sair do status de falência, o que a impede até mesmo de pagar os salários dos atuais funcionários.
 
 

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