Os Fundos de Investimentos Imobiliários, BTG Logística (BTLG11) e SJ AU Logística (SJAU11), venderam um galpão localizado em São Bernardo do Campo (SP), região do ABC Paulista, que abrigou a fábrica da Ford. De acordo com divulgação feita pelas duas carteiras, o negócio fechou com o valor de R$ 850 milhões.
Contudo, para ser concluída a transação ainda depende da superação de regras previstas no contrato dos Fundos Imobiliários. O SJAU11, que detém 75% do espaço, apontou em um comunicado que deve receber R$ 634,5 milhões pela fração negociada.
Enquanto isso, o BTLG11, que tem posse de 25% do imóvel no ABC Paulista, deve embolsar R$ 212,5 milhões. A aquisição do ativo pelo fundo aconteceu em 2020 e ele calcula um total de R$ 176,3 milhões investidos.
Segundo comunicado pelo FII da BTG, a tese de investimentos inicial no ativos envolvia a expectativa de desenvolvimento e apreciação de um complexo logístico no imóvel.
“No entanto, devido a oferta feita pelo comprador, que representa um ganho de capital de 20,55, a gestora vislumbrou na alienação do ativo uma oportunidade de melhor destinação dos recursos e distribuição de lucro para seus cotistas”, é o que conclui o texto.
A estimativa de lucro da operação feita pela equipe gestora do BTLG11 é de R$ 1,27 por cota.
Fundos imobiliários: projeção de juros favorece setor em 2024
Os fundos imobiliários terão um fator de favorecimento para 2024: a continuidade da queda dos juros. Especialistas, ouvidos pelo Valor Investe, veem espaço para a valorização desse tipo de investimento, sobretudo para quem investe em imóveis reais, o chamado setor “tijolo”, mesmo com a alta de 15,5% do IFIX.
A relação de proporção inversa entre os juros e os fundos imobiliários gera uma estimativa maior aos cortes na Selic (taxa básica de juros).
Para maiores explicações, quando os juros estão elevados, a tendência é que o preço da cota dos FII sofram uma desvalorização. Ao contrário, as cotas são mais valorizadas quando os juros estão baixos, pois a rentabilidade dos fundos pode aumentar.
Segundo o Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (8), a previsão é de que a Selic fique abaixo de 10% nos próximos três anos. As apostas para 2024 são de um patamar a 9%, enquanto que em 2025 e 2026 a estimativa é de 8,50%.