A assembleia de credores de Furnas que tratará da capitalização da Santo Antônio Energia, prevista para esta segunda-feira (30), foi adiada para 6 de junho, data limite estabelecida pela Eletrobras. A aprovação dos debenturistas da companhia para o aumento de capital na Santo Antônio Energia é uma condição para a realização da oferta de ações que levará à privatização da Eletrobras (ELET3, ELET6), conforme documento entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na semana passada. A capitalização é fruto da condenação arbitral pela qual passou a dona da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO).
O aporte de capital de Furnas será de R$ 1,58 bilhão, superior a 5% do Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Assim, a participação de Furnas na hidrelétrica será acima de 70%. De acordo com o portal “Poder360”, a estatal terá 72,4%, seguida pelo FIP Amazônia Energia (Caixa), com 9,5%, pela Odebrecht (8,9%), Andrade Gutierrez (5,1%) e Cemig (4,1%).
Sócio minoritário, a Cemig contratou a BR Partners para assessorar na venda do restante da participação. O contrato assinado pelos acionistas de Santo Antônio e os bancos impede que a empresa capte recursos para pagamento de dívidas judiciais, o que leva os acionistas a aportar recursos nessas situações.
A situação financeira de Santo Antônio Energia não é boa. De acordo com o parecer da Deloitte, empresa norte-americana de consultoria e assessoria, o balanço do primeiro trimestre da empresa indica que o patrimônio líquido da empresa dona da hidrelétrica está negativo em R$ 755,9 milhões.
Como o valor da sentença é considerado elevado, o pagamento poderia comprometer a geração de caixa e causar problemas de liquidez para Santo Antônio, com elevado risco de calote, causando “cross default” (antecipação do vencimento de dívidas) para Furnas e Cemig.