A decisão do governo Jair Bolsonaro de driblar o teto de gastos levou ao menos seis empresas, que iriam captar R$ 7 bilhões, a desistirem de suas ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa brasileira (B3).
A rede de supermercados Cencosud, a provedora de Vero Internet e a incorporadora de condomínios e galpões Fulwood deixaram o IPO para o início do próximo ano. Por outro lado, a petroquímica Unigel, a Lupo e a Conasa Infraestrutura optaram por desistir das ofertas.
Todas as empresas mencionadas tinham a intenção de abrir capital neste mês de outubro.
Para os bancos de investimentos, na atual conjuntura, nenhum IPO deve ser concretizado no país. Um gestor, com uma visão mais otimista acredita que o cenário pode melhorar, caso a contrapartida pelo rompimento do teto traga dinheiro para a economia.
Até o momento, a visão otimista é minoria. A consultoria inglesa Capital Economic vê a situação como “bastante sombria”. De acordo com o Broadcast, as perspectivas para o mercado nacional não são as melhores, devido às novas movimentações do governo.
“O risco de mais gastos fiscais exagerados e mais medidas populistas permanece alto”, diz Thomas Mathews, economista de mercado da Capital Economics.