A fusão entre as administradoras de shoppings center BR Malls e Aliansce Sonae deve ocorrer, de acordo com um executivo de alta patente do setor no país que foi consultado pela Veja. Para ele, a negociação será complexa, pois como nenhuma das companhias tem o perfil de dono, levará mais tempo para desenvolver um acordo com todas as partes envolvidas.
A Aliansce tem seu controle diluído em diversos fundos, a organização detém apenas 0,28% das ações em tesouraria. O principal é o canadense CPP Investments, com 17,5%, e na sequência vem a Cura Brazil s.à.r.l, com 12,9%, e pela Sierra Brazil 1 S.à.r.l, com 6,3%. Já a BR Malls detém 4,46% dos seus papéis em tesouraria, sendo que a Squadra Investimentos possui 9% de suas ações, enquanto a Velt Partners, Capital Internacional Group e Atmos possuem 5% cada.
“Nenhuma das empresas tem mais perfil de dono, apesar de o Ruy [Kameyama, atual CEO] estar na BR Malls há algum tempo. Nesse caso, pode haver um entendimento por parte dos fundos de que o negócio não esteja performando como eles esperam. E por isso há essa negociação para uma saída dos papéis que eles possuem”, destacou a fonte. “Eles estão conversando para encontrar uma solução, talvez por meio da troca de papéis. Do lado da BR Malls há seis ou sete fundos e é preciso conversar e convencer cada um deles. O Renato Rique [presidente do conselho da Aliansce Sonae] tem uma questão de saúde também. É um cara que não faz mais questão de manter o controle do negócio. Por esse cenário, acho que há boas condições de sair o negócio”, conclui.