O número de transações em M&A (fusões e aquisições) cresceu 27% em 2024 em relação a 2023, com um valor total de R$ 178 bilhões, de acordo com dados preliminares da RGS Partners divulgados ao “Valor”. Ao todo, foram 160 negócios no ano, o que mostra uma recuperação em 2024, após uma baixa em 2023.
A pesquisa considerou transações com um valor igual ou superior a R$ 50 milhões, incluindo aquisições, fusões e vendas de participação ou de ativos.
Crescimento das fusões e aquisições diminuiu no segundo semestre
Mesmo com a alta, os números estão abaixo dos registrados entre 2020 e 2022, com uma média anual de 222 transações e R$ 245 bilhões. Inclusive, os resultados apontam que o crescimento enfraqueceu no segundo semestre de 2024: o número de transações nesse período caiu 5% em relação aos primeiros seis meses do ano.
A melhora no primeiro semestre está relacionada à estabilidade macroeconômica e maior previsibilidade do juros, explicou o sócio e diretor de operações da RGS Partners, André Levy, ao “Valor”.
Ao mesmo tempo, ele afirma que a convergência da queda dos negócios no segundo semestre com a instabilidade econômica pode gerar uma nova queda no início deste ano.
Os setores com os maiores crescimentos no estudo foram o varejo e consumo, com alta de sete para 14 transações; indústrias, que cresceu de 18 para 26; e materiais, com avanço de 12 para 19.
Quanto ao número de transações, o primeiro lugar ficou com o setor de tecnologia, com 39 transações (24% do total); seguido pela indústria (26, 16% do total); e energia/utilities (25, 16%).
Falando-se em valores, energia/utilities alcançou mais de um terço do total, com R$ 64 bilhões, valor próximo ao das indústrias, que ficaram em segundo lugar.
Entre as maiores fusões e aquisições do ano estão a compra da BP Bunge, de etanol, pela BP Bioenergia; e as aquisições de energias solares e uma parte da Brasol pela BlackRock.