Em um ano caracterizado por juros elevados e uma escassez de ofertas públicas iniciais (IPOs), o mercado de fusões e aquisições (M&As) começa a ganhar força. Bancos de investimento estão recebendo um número crescente de mandatos, o que sinaliza uma recuperação mais consistente para 2024.
Até o início de outubro, as operações de M&A já somaram R$ 195 bilhões, um crescimento de 56% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse montante já supera todo o volume financeiro registrado em 2023, que foi de R$ 117 bilhões, conforme dados da consultoria Dealogic, obtidos pelo Valor. No total, 531 transações foram concluídas em 2024, ficando próximas das 593 operações realizadas em 2023.
Infraestrutura e agronegócio impulsionam M&A
Nas últimas semanas, grandes acordos foram firmados nos setores de infraestrutura e de óleo e gás, que devem continuar impulsionando operações até o final do ano, à medida que novas concessões são realizadas.
Além disso, o agronegócio deverá contribuir para o aumento das transações, uma vez que diversas empresas do setor estão passando por processos de reestruturação financeira.
Expectativas positivas se voltam para 2025, quando as operações que estão chegando se transformarão em receitas”, afirmou Felipe Thut.
É relevante destacar que o aumento ocorre em comparação a um ano de 2023 particularmente fraco, quando muitas operações foram adiadas.
Segundo Diogo Aragão, chefe da área de fusões e aquisições do Bank of America (BofA) no Brasil, o avanço no volume de transações reflete, em grande parte, acordos que estavam paralisados e agora evoluíram para estágios mais avançados.