A Esh Capital, que vem travando uma disputa contra a Gafisa (GFSA3), pediu a convocação de uma nova assembleia geral extraordinária (AGE) da companhia.
Segundo Vladimir Timerman, sócio da gestora, será proposto a suspensão dos direitos políticos de todos os fundos ligados ao empresário Nelson Tanure que tenham investimentos na companhia, conforme informou o “Valor Econômico”.
O pedido será feito com base nos cálculos da gestora, que apontam que os fundos ligados ao empresário já teriam atingido uma fatia de 50,2%.
Diante dessa premissa, a cláusula de “poison pill” deveria ter sido disparada e, com isso, uma oferta pública de aquisição (OPA) ocorrido.
Esh busca provar que Tenure tem controle da Gafisa
A Esh tenta provar que Tanure exerce o controle da Gafisa por meio de um emaranhado de fundos. Dentre eles estão os do banco Master (ex-banco Máxima). A Gafisa, no entanto, nega tal composição acionária e acusa a gestora de “desinformar o mercado e satisfazer seus próprios interesses”. Procurado pela reportagem do “Valor”, o banco Master não se pronunciou.
Tanure disse que a totalidade de sua posição direta e indireta no capital da Gafisa está devidamente informada no formulário de referência e no site da companhia, “atendendo assim a legislação em vigor”, apontou.
O pedido da Esh se baseia em um dos artigos do estatuto da Gafisa que determina que um acionista ou grupo de acionistas que “venha a atingir uma participação de 30% do total das ações da companhia” tem a obrigação de realizar uma oferta pública de aquisição das ações dos demais acionistas da empresa.
Como a OPA não ocorreu, a Esh acredita que deve ser cumprido o artigo 50 do estatuto da Gafisa. Pela regra, até a realização da oferta pública de aquisição, os direitos políticos seriam suspensos.
Nesta terça-feira (10), por volta das 17h15 (de Brasília), as ações da Gafisa (GFSA3) despencavam 25,95%, a R$ 17,10.