Os acionistas da Gafisa (GFSA3) rejeitaram a proposta de suspender os direitos políticos do empresário Nelson Tanure e outros investidores supostamente ligados a ele na incorporadora, segundo informações do “Seu Dinheiro”.
A decisão dos acionistas da Gafisa marca mais um round na briga entre o empresário e a Esh Capital, de Vladimir Timerman.
A gestora entende que o empresário deveria lançar uma OPA (oferta pública de aquisição) pelas ações da Gafisa na B3, após alcançar uma participação direta e indireta acima de 30% na companhia.
De acordo com a Esh Capital, o empresário possui uma participação de mais de 40% na incorporadora, que estaria oculta em veículos sob gestão da Planner Corretora, Trustee DTVM e do Banco Master.
A chamada cláusula de “poison pill” (pílula de veneno) faz parte do estatuto da Gafisa e prevê a realização da uma oferta quando um acionista ultrapassa os 30% do capital.
O estatuto também prevê que o acionista pode ter a suspensão dos direitos na companhia caso não faça a OPA. Por isso a Esh convocou a assembleia, que aconteceu na última sexta-feira (10).
Gafisa afirma que participação de Tanure é menor
Na AGE, a administração da companhia recomendou a rejeição da proposta da Esh informando não ter identificado que qualquer acionista ou grupo de acionistas em conjunto tenha ultrapassado o patamar de 30% das ações, como argumenta a gestora.
Em resposta a um pedido da companhia, a Planner e a Trustee negaram ter relação com Tanure. Já o Banco Master informou que a participação na Gafisa, incluindo fundos que têm o empresário como cotista, é de menos de 30%.
A Gafisa informou que os acionistas rejeitaram a proposta da Esh Capital por maioria, mas não revelou os percentuais da votação na assembleia.
As ações da Gafisa sofrem forte volatilidade na B3 em meio à briga societária. Os papéis saíram da casa dos R$ 6,40 no fim de 2022 e chegaram a bater os R$ 30,70 nas máximas. Em seguida registraram forte queda e agora se situam na casa dos R$ 10.