Greve dos pilotos é mantida após SNA rejeitar proposta do TST

Da categoria, 59,25% votaram contra a proposta e 40,02% foram favoráveis

O SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) recusou a nova proposta apresentada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho). Com isso, anunciou, na madrugada desta sexta-feira (23), que parte dos pilotos e comissários seguirão em greve. Da categoria, 59,25% votaram contra a proposta e 40,02% foram favoráveis.

A proposta apresentada pelo TST contemplava, entre outras coisas a renovação da convenção coletiva na sua íntegra, reajuste de 100% do índice inflacionário dos últimos doze meses – ou seja, 5,97% nos salários fixos e variáveis, mais o acréscimo de 1% de aumento real.

A greve dos aeronautas, formado por pilotos e comissários, seguirá para o seu quinta dia, portanto. O serviço será paralisado, das 6h às 8h, nos aeroportos de Congonhas (São Paulo, capital), Santos Dumont e Galeão (Rio de Janeiro, capital), Guarulhos (São Paulo) Viracopos (Campinas, SP), Porto Alegre (RS), Confins (Belo Horizonte, MG), Brasília (DF) e Fortaleza (CE).

SNA envia nota à imprensa sobre greve

Em nota à imprensa, o SNA “considera que o movimento foi positivo nesses quatro dias de greve, dentro dos limites determinados pela Justiça, e que é preciso deixar claro que os aeronautas estão desde o final de setembro negociando e que todas as propostas enviadas pelo sindicato patronal não eram condizentes com a pauta de reivindicações da categoria, por isso foram rejeitadas”.

Presidente do sindicato, Henrique Hacklaender destacou que a categoria pede por melhores condições de descanso, além do ganho real sobre os salários. 

“Óbvio que se falava em recomposição salarial e ganho real, mas era mais do que isso. As empresas se negaram nesses mais de dois meses e meio a atender qualquer tipo de solicitação que visasse ao descanso, a folga e o repouso dos tripulantes. O respeito que, sim, é muito necessário para qualquer trabalhador do País. É óbvio que um tripulante cansado e mal remunerado pode representar um risco à aviação. Por isso, vamos, sim, fazer uma paralisação”, afirmou segundo a “Exame”. 

A categoria reivindica que as empresas “respeitem os horários de início e de término das folgas e que não programem jornadas de trabalho de mais de três horas em solo entre duas etapas de voo”. O sindicato ressaltou que, com a greve, nenhum voo será cancelado, mas que haverá atrasos. Os voos terão de ser reagendados pelas companhias aéreas.