No período entre outubro e dezembro de 2023, a Hapvida (HAPV3) conseguiu mais do que dobrar o lucro líquido ajustado, sob valor de R$ 330,5 milhões. Na comparação anual, o número fechou com alta de 104,8%.
O comunicado da Hapvida, publicado na quinta-feira (28), também mostra que o Ebitda ajustado – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – chegou a R$ 949,7 milhões no quarto trimestre, avanço de 58,6%, na mesma base de comparação.
Enquanto isso, a receita líquida ficou no total de R$ 6,935 bilhões, expressando outro crescimento, dessa vez em 6,7%, em comparação ao 4T22, de acordo com o InfoMoney.
Ademais, o ticket médio consolidado de saúde avançou 10,8%, advindo da estratégia de recompor os valores e revisar o portfólio de cliente.
Já a sinistralidade caixa fechou com redução de 3,6 p.p. com 69,3%, comparado ao intervalo de 2022. A dívida líquida somou R$ 4,759 bilhões, queda de 3,2% frente ao 3T23.
Hapvida (HAPV3): auditor tem opinião adversa sobre os números
A auditoria externa, PwC, demonstrou ter opinião adversa quanto aos resultados financeiros da companhia. Isto porque a Hapvida não entregou os resultados conforme as novas regras contábeis que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) exige das seguradoras.
De acordo com o a empresa da área de saúde, não houve tempo hábil para incluir todos os dados, por conta do volume de aquisições realizadas pela Hapvida e NotreDame Intermédica, que se fundiram em 2022.
Juntas, as companhias fizeram 50 aquisições. Nesse cenário, as empresas de capital fechado foram as que levaram mais dificuldades. A empresa informou que a apresentação dos números deve ocorrer em um mês.
“As demonstrações financeiras não foram preparadas com base nos requerimentos do Pronunciamento Técnico CPC 50 – ‘Contratos de Seguro’, cuja adoção é requerida para exercícios iniciados em 1º de janeiro de 2023, com refazimento das cifras comparativas”, consta no relatório da auditoria realizada pela PwC.
“Devido à quantidade e a relevância dos contratos de seguros mantidos pela companhia e suas controladas, diversos elementos nas demonstrações financeiras teriam sido afetados de forma material e generalizada. A determinação dos efeitos da não adoção da referida norma contábil sobre as demonstrações financeiras ainda não foi concluída”, disse.
A PwC afirmou, na quinta-feira, que a opinião adversa devia-se, única e exclusivamente, pela não adoção do IFRS 17-CPC 50.
Para a empresa, os números trimestrais da Hapvida “não apresentam adequadamente a posição patrimonial e financeira da companhia e da companhia e suas controladas em 31 de dezembro de 2023, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa”, concluiu.