Após demissões na Alice, clientes reclamam de qualidade; entenda

Healthtech Alice promoveu uma centena de demissões no último mês por mudanças macroeconômicas mundiais e a alteração no foco da empresa

A healthtech Alice promoveu uma centena de demissões no último mês. Segundo apurou o BP Money, a startup reduziu o ritmo de planejamento para o crescimento nos próximos anos e, por isso, acabou por demitir cerca de 113 colaboradores da empresa, cerca de 16% da força de trabalho da companhia. Os motivos alegados foram as mudanças macroeconômicas mundiais e a alteração no foco da empresa. O corte, no entanto, não passou desapercebido pelos clientes, que, agora, reclamam da queda na qualidade dos atendimentos e até de bugs no app.

Procurada pelo BP Money, a startup confirmou as demissões e afirmou que a readequação ocorreu pelo cenário macroeconômico, que sofre com as principais economias do mundo aumentando os juros para conter a inflação. Dessa forma, há mais dificuldade por parte das emrpesas de tecnologia em captar valores no mercado para financiar o crescimento. 

“A healthtech Alice confirma que, após uma cuidadosa revisão de estrutura, decidiu realizar um redimensionamento em sua equipe — fato este ocorrido no dia 8 de dezembro de 2022. A reorganização impactou 113 pessoas – 16% da empresa – e visa a geração de eficiência para readequação ao cenário macroeconômico mundial que tem impactado as empresas de tecnologia”, informou a empresa, em nota.

Ao fim de 2021, apenas 18 meses após o início da operação, a empresa captou cerca de US$ 127 milhões em uma rodada série C liderada pelo Stf Bank Latin America. 

Nas rodadas anteriores, a companhia havia levantado US$ 47 milhões (aproximadamente R$ 269,3 milhões), que auxiliou a montar a rede de atendimento e a angariar mais de seis mil clientes para seu plano de saúde.

“Tinhamos o plano de fazer uma nova rodada no primeiro semestre de 2022. Mas o mercado se antecipou”, declarou o CEO e um dos fundadores da Alice, André Florence, à época. “Foi uma rodada competitiva e ficamos oversubscribed”, disse. 

Agora, a Alice informa que o foco de crescimento é secundário e, dessa forma, os US$ 180 milhões captados até dezembro de 2021 serão direcionados para “evolução do produto, entregando mais saúde para seus 11 mil membros”.

“Apesar de dolorosa, estamos convictos que essa decisão tornará a Alice ainda mais forte. Temos visão de longo prazo e seguiremos cada vez mais sustentáveis”, disse André Florence, CEO da startup, em nota. 

De acordo com um ex-funcionário ouvido pela reportagem, em condição de anonimato, o corte ao fim do ano passado pegou os funcionários de surpresa, dado que a companhia afirmava que o planejamento estava sendo cumprido.

“Sempre nos falávamos que estavam indo bem. Do nada, cortaram boa parte do pessoal. Muita gente um pouco mais velha, outros que tinham acabado de chegar. Ao que tudo indica, tentaram se antecipar a algo negativo que poderia ocorrer, mas é difícil não ter prejuízo aos clientes”, disse.

Clientes da Alice reclamam de queda na qualidade do atendimento

O BP Money ouviu dois clientes da healthtech. Para ambos, o antendimento da Alice piorou desde o desligamento em massa. Além disso, a empresa também passou a apresentar problemas técnicos. 

“Pode ser apenas impressão, mas desde o fim do ano passado o atendimento mudou, alguns profissionais de saúde que prestavam atendimento saíram. Os novos parecem que não estão tão alinhados com os valores da companhia”, disse um dos clientes, em condição de anonimato.

Para uma outra cliente, desde os desligamentos, a empresa passou a optar por profissionais menos experientes e também piorou a qualidade do atendimento. 

“O atendimento da Alice piorou, já era junior, com várias trapalhadas, mas agora parece ainda mais junior, ta mais difícil conseguir agendas online e presencial”, disse. “Estão mudando processos, claramente reduzindo custos, e até mesmo o app passou a apresentar bugs”, completou. 

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