Uma década após a morte de Henry Maksoud e mesmo após o fim do processo de recuperação judicial da companhia da família, a disputa entre os herdeiros ganhou um novo capítulo.
Agora, está em jogo o valor de R$ 52 milhões que foi depositado na conta da recuperação judicial do grupo da família. Esses recursos, defende Henry Maksoud Neto, que substituiu o avô no comando dos negócios, teriam de ser usados para pagar os credores da companhia, que saiu no fim do ano passado da recuperação judicial.
Já Claudio Maksoud, filho de Henry Maksoud, pede que os valores sejam depositados em uma conta judicial ligada ao inventário — e não às empresas.
Em decisão proferida neste mês, o Juiz João de Oliveira Rodrigues Filho pediu o levantamento dos recursos, tendo em vista o desfecho da recuperação judicial do grupo familiar e depósito em uma das empresas do grupo.
O que a defesa de Claudio coloca é que o espólio de Henry Maksoud será prejudicado, por conta da administração das empresas, algo que há anos tem sido tocado por Henry Maksoud Neto, que substituiu o avô no comando dos negócios.
“Conforme já noticiado nestes autos, infelizmente a administração daquelas empresas, nos últimos dez anos, foi realizada de forma prejudicial aos interesses do espólio, o que motivou a nomeação, por este D. Juízo, de administrador para fiscalizar os atos da empresa”.
A defesa de Henry tem afirmado que Claudio e Roberto —pai de Henry — têm confundido o dinheiro das empresas com o dinheiro da família, sendo que ambos não se envolvem nos negócios do grupo há décadas. O dinheiro depositado, assim, servirá para pagar credores e ainda ajudar o grupo a se manter vivo.
A companhia da família, o Maksoud hotéis, inclui a HM Hotéis (Maksoud Plaza), a Hidroservice Engenharia (holding) e suas controladas Manaus Hotéis e Turismo e HSBX Bauru Empreendimentos.
O Hotel Maksoud fechou definitivamente suas portas em 2021, depois de anos de disputa familiar em torno da herança deixada pelo patriarca, falecido em 2014.
O empreendimento, na região da avenida Paulista, foi arrematado pelo empresário Fernando Simões, controlador da JSL e Movida, e sua irmã. A dúvida agora é sobre o futuro do ex-empreendimento hoteleiro.