Negócios

Holding da família Batista investirá US$ 1 bi em mineração

Orçamento destinado à mineração faz parte de um plano de investimento mais amplo

A J&F Investimentos, a holding da família Batista, se prepara para investir mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) para expandir a produção nas minas que compraram da Vale (VALE3) no estado do Mato Grosso do Sul, no centro-oeste, sua primeira incursão no negócio de metais, no ano passado.

Desde que assumiu o controle, a J&F, que tem a frente os irmãos Joesley Batista, 51, e Wesley Batista, 53, já conseguiu dobrar a produção de 2021 para 4 milhões de toneladas e o valor bilionário a ser investido deve ajudar a elevar a produção para 10 milhões de toneladas até o final de 2024 e melhorar a logística, de acordo com um porta-voz da empresa. As informações são da Bloomberg.

O orçamento destinado à mineração faz parte de um plano de investimento mais amplo de R$ 38,5 bilhões que o grupo revelou para o Brasil entre 2023 e 2026.

A J&F Mineração, como é chamada a unidade, planeja construir 50 quilômetros de linhas ferroviárias para conectar as minas ao seu porto Gregório Curvo, uma rota atualmente feita por caminhão, segundo o porta-voz da empresa. Um centro de distribuição foi inaugurado no mês passado no estado de Minas Gerais, no sudeste do país, para atender o mercado doméstico.

A empresa também aumentará sua frota de barcaças, acrescentando mais 400, de acordo com o porta-voz. Carregadas com minério de ferro, as barcaças vão para o porto de Nueva Palmira, no Uruguai, pelos rios Paraguai e Paraná. Em março, a J&F Mineração realizou uma operação de transbordo que lhe permitiu exportar 175.000 toneladas de minério de ferro para a China em um único navio — um Capesize, o maior transportador de commodities — pela primeira vez, uma estratégia para reduzir os custos de frete.

Da mesma forma que a Vale, a J&F tem uma estratégia focada em seu minério de maior qualidade, que requer menos energia para ser processado, à medida que a indústria siderúrgica busca reduzir emissões. A empresa está desenvolvendo um produto batizado de “natural pellet” que, segundo ela, poderia substituir até 30% das pelotas de minério de ferro na chamada rota de redução direta para a fabricação de aço, permitindo uma queda de 6% a 15% nas emissões de CO2.

Vale: produção de minério de ferro cai 4% no 3T23

A Vale divulgou ao mercado seu relatório de produção e vendas nesta terça-feira (17), onde destaca que a produção de minério de ferro da somou 86,24 milhões de toneladas no 3T23, uma queda de 3,9% frente ao mesmo período em 2022.

De acordo com a Vale, a queda na produção de minério de ferro é justificada principalmente pela menor produção de run-of-mine (minério bruto, sem tratamento) do complexo de Paraopeba e pela menor produção de Serra Norte.

Além disso, o resultado de produção também foi afetado por uma falha no sistema de correia transportadora no S11D, em agosto, com impacto de 2 milhões de toneladas, que levou à redução de 1,5 milhão de toneladas no Sistema Norte. Na comparação com o trimestre anterior, a produção de minério cresceu 9,5%.

A qualidade geral, entretanto, melhorou com o teor de ferro aumentando 87 pontos-base na comparação anual, com produção na mina de S11D, no Pará, e da maior produção de “pellet feed” de Brucutu, em Minas Gerais, com o comissionamento da barragem de Torto.

“Isso é resultado da maior produção no S11D e da maior produção de pellet feed de Brucutu com o comissionamento da barragem de Torto, aumentando a produção de pelotas em 11% ao ano”, informou.