A Iberdrola, multinacional espanhola do setor de distribuição de energia elétrica, deveria fazer uma OPA e fechar o capital da Neoenergia (NEOE3), de acordo com análise do Citi. Em dezembro, a Iberdrola perdeu a confiança dos investidores brasileiros após anunciar que havia renovado acordo com a Neoenergia.
O Citi afirma que a Neoenergia é uma das empresas mais baratas do setor, negociando a uma taxa interna de retorno acima de 12%, e recomenda compra com preço-alvo de R$ 29. O papel da Neoenergia (NEOE3) valia cerca de R$ 17,80 na sexta-feira (22).
O analista Antônio Junqueira escreveu que o Citi acredita que “o grupo de controle da Neoenergia provavelmente fará uma OPA por todas as ações listadas e cancelará o registro. Essa OPA parece ser a melhor alocação de capital que o controlador da empresa poderia fazer”.
O relatório também diz que o Iberdrola deveria fazer uma oferta por todas ações da Neoenergia “dada sua posição sobre os royalties, uma percepção equivocada dos milionários sobre a alocação de capital da empresa, e um valuation muito barato”.
O Citi aponta como risco a Iberdrola deixar o ativo continuar se desvalorizando e fazer uma oferta mais baixa no futuro.
Neoenergia renova acordo com Iberdrola
No ano passado, a Neoenergia figurava no radar de recomendação das instituições financeiras. Em novembro, o Banco Safra avaliou as ações da companhia, destacando o bom desempenho das operações de distribuição.
No entanto, no fim de dezembro, a Neoenergia surpreendeu o mercado ao anunciar que havia renovado por 10 anos um acordo no qual paga royalties à Iberdrola. O acordo inclui uma remuneração à multinacional espanhola pelo uso da marca e benefícios comerciais.
O momento e a forma como a Neoenergia fez o anúncio despertou polêmica. A companhia apresentou um formulário sobre transação com parte relacionada ao invés de optar por um fato relevante para comunicar a decisão ao mercado. Na ocasião, as ações da Neoenergia chegaram a cair cerca de 5%.
A Iberdrola detém 51,04% das ações da Neoenergia, enquanto a Previ detém 30,29%. O restante circula no mercado.