iFood promove demissões nas áreas de RH e marketing motivadas por "revisão da operação"

Startup se junta à lista de empresas que passam por reestruturações. Nesta semana, Ebanx também promoveu cortes no quadro de funcionários

O iFood demitiu ao menos 35 pessoas dos seus times de marketing, recursos humanos e dados. O movimento começou na última segunda-feira (20), como apurou o “Estadão”, pelo desmembramento da área de recrutamento para a área de tecnologia. Os desligamentos se estenderam até esta quinta-feira (23) e, segundo a plataforma Layoffs Brasil, o número de cortes na startup chegaria a 80 pessoas. 

Há duas semanas, a Afterverse, empresa de games da Movile – que também é dona do iFood – demitiu 60 funcionários, cerca de 20% da força de trabalho na operação. A controladora levantou R$ 1 bilhão em agosto do ano passado para expandir as operações das suas startups, uma carteira que inclui ainda as fintechs Zoop e MovilePay e as companhias de logística Mensajeros Urbanos e Moova.

O iFood confirmou os cortes desta em nota divulgada à imprensa. Segundo o posicionamento, a empresa está “reestruturando algumas áreas, em busca de maior eficiência e foco para o seu negócio. Infelizmente o processo de priorização e de revisão levou ao desligamento de algumas pessoas e à desaceleração de novas contratações. Se antes o nosso time de recrutamento trazia mais de 200 pessoas por mês para a empresa, hoje esse número caiu pela metade. Seguimos buscando no mercado profissionais de tecnologia e da área comercial e hoje temos mais de 100 posições em aberto nessas áreas”.

No LinkedIn, ex-funcionários relatam surpresa com a notícia, que veio na sequência do período de avaliação de desempenho. Algumas pessoas demitidas estavam na empresa há menos de um mês.

iFood se junta à (longa) lista de empresas que promoveram demissões em massa desde o início do ano

Na terça-feira (21), foi a vez do Ebanx. A startup de sistemas de pagamentos demitiu 340 funcionários, cerca de 20% do quadro com 1,7 mil colaboradores. A reestruturação para focar apenas em transações internacionais ocasionou o encerramento de projetos como o LABS, plataforma de conteúdo da empresa.

Junto a ela, já estavam os unicórnios QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Olist, que fizeram demissões em massa entre os meses de março e abril. No setor, empresas menores também vêm promovendo grandes cortes nas equipes, casos da LivUp, ainda em fevereiro, do TGroup, Sami e Zak.

Com o acentuamento da crise no mercado de capitais, empresas ligadas ao setor de investimentos, como Empiricus e Grupo Primo, decidiram enxugar as estruturas. No segmentos de criptoativos, os cortes no Mercado Bitcoin, na Binance e em outras acentuaram o “inverno cripto”.

Em comum, as empresas vêm promovendo reestruturações em suas operações, das quais fariam parte as demissões em massa. Claro, a virada de cenário bateu à porta de todos, inclusive à do iFood, que cresceu de forma acelerada nos anos de pandemia. Mas o que se fala no mercado é sobre uma brusca interrupção dos anos de bonança do venture capital, que teriam bancado patamares de gastos exorbitantes e a expansão a um ritmo insustentável nas startups.

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