Uma ação de despejo contra a Americanas (AMER3) foi iniciada pelo shopping center Iguatemi São Paulo, na capital paulista, por atraso no pagamento de aluguel de uma loja da varejista no empreendimento. A unidade da loja segue em operação e a ação foi estipulada no valor de R$ 2,98 milhões, de acordo com apuração do “Valor”.
Apesar de ser um dos contratos de locação mais antigos no Iguatemi, datado de 1981, o mercado considera que, se o processo avançar, será uma vitória para o shopping. O empreendimento tenta há anos retomar o ponto da Lojas Americanas, sem sucesso, segundo fonte.
O despejo seria para uso próprio do empreendimento “por falta de pagamento e acumulado [com pedido] de cobrança”, conforme informado na ação.
A dívida, no entanto, seria antiga, de mais de um ano e meio atrás, que entrou no processo de recuperação judicial que a Americanas enfrenta, e este seria o foco da ação, de acordo com o veículo. Mas esse pagamento tem que seguir o plano de recuperação.
“Aquela área da Americanas vale mais que ouro para eles, e o Iguatemi sempre quis de volta”, diz uma pessoa a par do assunto.
Em potencial de venda e localização, o ponto da Americanas é um dos melhores metros quadrados do shopping.
A unidade fica na entrada principal do local, espaço nobre de um dos shoppings mais “premium” do país. Segundo a apuração, há fila de espera para aquela área, caso venha a ser desocupada.
Além desse ponto, o local onde está localizada a loja da C&A (CEAS3), também na entrada principal, é outro metro cobiçado no shopping Iguatemi, ambas no piso próximo à Faria Lima
Marcas internacionais, inclusive ainda não presentes no Brasil, aceitariam alugar a preços mais altos do que aquele que a Americanas paga, disseram interlocutores do Iguatemi a lojistas do local, segundo o “Valor”.
“Eles estão com demanda acima da capacidade no Iguatemi, inclusive até por isso, vieram com um plano de expansão”, disse uma segunda fonte.
A obra de ampliação do shopping tem previsão de início no primeiro trimestre de 2025.
Americanas (AMER3) pediu tempo às agências de rating antes de ter nota rebaixada
A Americanas (AMER3) buscou adiar o impacto do rebaixamento de seu crédito, tentando argumentar com as agências de classificação de risco antes da divulgação da fraude contábil de R$ 20 bilhões, revelada pela varejista em 11 de janeiro de 2023, conforme noticiado pela Folha de S.Paulo.
O jornal teve acesso a mensagens de WhatsApp trocadas por executivos da empresa logo após o anúncio da fraude. Nas conversas, eles discutem estratégias para realizar reuniões com representantes das agências de classificação de risco e tentam negociar um adiamento do rebaixamento de crédito.
Em uma das conversas, a diretora de Relações com Investidores da Americanas relata sua reunião com a S&P e menciona que a agência afirmou não ter a intenção de prejudicar a varejista, mas que “não há como evitar uma revisão do rating”.