O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o principal índice para medir a inflação no Brasil, subiu 1,62% em março de 2022 em comparação com o mês de fevereiro. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8). O indicador teve alta de 1,01% em fevereiro.
É a maior taxa para o mês de março desde 1994. Além disso, é o maior registro de inflação mensal desde janeiro de 2003 (2,25%). Em 12 meses o índice chegou em 11,30%, a maior variação em 12 meses desde outubro de 2003.
Com a publicação dos números, os investidores já têm a perspectiva de que o Banco Central aumente a taxa de juros no Brasil na reunião de junho. Em nota, o economista André Perfeito projetou que teremos uma alta de 100 pontos base em maio, fazendo a Selic subir 12,75%. Em junho, de acordo com Perfeito, a subida será de 50 pontos base, o que fará a taxa chegar em 13,25%.
Inflação impacta mais Transportes e Alimentação
Oito dos nove grupos de produtos analisados pelo IBGE registraram alta no mês de março. Os principais impactos vieram dos transportes (3,02%) e da alimentação e bebidas (2,42%), categoria de maior peso para o IPCA. Esses dois grupos contribuíram conjuntamente com 72% do índice do mês.
O setor de transportes foi altamente impactado pelo aumento no preço dos combustíveis. A gasolina teve um aumento de 6,95%, o maior impacto individual no indicador geral.
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De acordo com a XP Investimentos, a estimativa para a inflação oficial é de uma alta de 7%. A expectativa para 2023 é de uma alta de 4%. A corretora aumentou as estimativas previstas.