O estudo e preparação de uma IPO (oferta inicial de ações) nos EUA, por empresas da América Latina, voltaram a ganhar força, visando uma possível janela no mercado este ano, ou em 2025, conforme apuração do “Bloomberg Línea”.
Segundo o sócio do escritório de advocacia global, Likleters, Matthew Poulter, o interesse tem sido por operações tradicionais de IPOs, bem como por fusões com SPACs (empresas de cheque em branco), que abrem capital para encontrar um comprador.
“Estamos conversando com cinco a dez empresas que estão realmente considerando um IPO nos EUA. Dessas dez, possivelmente uma ou duas devem abrir capital neste ano porque estão mais preparadas. As demais devem ficar mais para o ano que vem, mas elas precisam começar a preparação agora”, afirmou Poulter.
O especialistas, que apesar de ser norte-americano trabalha na filial do escritório em São Paulo, declarou que metade das quase 10 empresas com as quais trabalha são brasileiras. Enquanto outras 3 ou 4 são argentinas, além de haver chilenas no grupo.
“Algumas dessas empresas estão preparando as demonstrações financeiras no padrão internacional e já têm divulgação que usaram na oferta de bonds no passado. Portanto, têm uma boa base para construir o processo. Outras estão um pouco mais para trás”, pontuou.
Postura do Fed por auxiliar empresas com IPO
Os bancos de investimento esperam que o mercado de IPOs, em 2024, registre avanços, após o número de operações mais baixo no ano passado. Ao passo que nos EUA houve 48 ofertas no primeiro trimestre, movimentando US$ 9,6 bilhões, segundo o veículo de notícias.
Espera-se uma ajuda vinda o início do ciclo de cortes de juros pelo Fed (Federal Reserve), para a retomada dos negócios, sobretudo na segunda metade deste ano, ou em 2025.
“Vejo que o ambiente está melhorando, mas ainda não o suficiente. Uma empresa bem preparada, que já fez muitos M&As [fusões e aquisições], que está em um setor de que o mercado gosta, que é de um país em que não teve movimento há muito tempo, pode ter mercado, sim”, afirmou.
A tecnologia, a biotecnologia, a energia, a agricultura e a farmacêutica são as áreas com maior potencial para atração de interesse por IPOs, segundo Poulter.