O IRB Brasil (IRBR3) divulgou, nesta segunda-feira (15), por meio de fato relevante, que a empresa “avalia diversas alternativas disponíveis para o reforço de sua condição financeira”. O anúncio veio depois fontes internas citarem um possível aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão.
Caso o aumento de capital se concretize, a ação subirá para R$ 1, como um modo de contornar as exigências regulatórias acerca da liquidez da companhia. Há três trimestres, a companhia sofre com a insuficiência no seu índice de liquidez, que caiu de 143% para 106% em março deste ano.
“(O IRB) estuda a possibilidade de realização de uma operação de captação de recursos, que em princípio consistiria em uma oferta pública subsequente de distribuição primária de ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal, de emissão da Companhia, todas livres e desembaraçadas de quaisquer ônus ou gravames, com esforços restritos de colocação, a ser realizada no Brasil, nos termos da legislação e regulamentação aplicáveis, e com esforços de colocação no exterior”, segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Porém, “até o momento, ainda não definiu ou aprovou a efetiva realização da Potencial Captação ou a sua estrutura”, afirmou a companhia.
O IRB também disse, em fato relevante, que ainda não definiu os valores, estimados em R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão, segundo as fontes internas da empresa. A oferta pública ‘não está sendo realizada em qualquer jurisdição’, afirma a companhia.
“A efetiva realização da Potencial Captação, assim como qualquer operação de captação de recursos no mercado de capitais que a Companhia poderá realizar, está sujeita, entre outros fatores, às condições do mercado de capitais brasileiro e internacional, à obtenção das aprovações necessárias, incluindo as respectivas aprovações societárias aplicáveis, às condições políticas e macroeconômicas favoráveis, ao interesse de investidores, dentre outros fatores alheios à vontade da Companhia”, afirma.
Situação da IRB
O índice de liquidez do IRB recuou para 106%, aumentando os riscos da companhia. Enquanto no relatório do próximo trimestre, a perspectiva é do índice ser de 100%, o mínimo exigido para as empresas de capital aberto.
O IRB deve divulgar, nesta segunda (15), atualizações sobre a situação, junto com o seu balanço trimestral, após o pregão.
“O preço de tela hoje do IRB Brasil está totalmente errado. Se sair com um desconto só de uns 30%, não vai ter demanda”, afirma fonte familiarizada com o tema ao “Brazil Journal”.
Em 2020 a companhia passou pela mesma situação e, no fim, decidiu aumentar seu capital, com a ajuda de bancos acionistas como o Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4). Com isso, há a expectativa que esses bancos deem, mais uma vez, suporte à operação.
Atualmente, as ações do IRB são negociadas a R$ 2,31, com alta de 10% nos últimos 30 dias e queda de 57% no acumulado de 12 meses, com máxima de R$ 5,50 e mínima de R$ 1,89 nessa janela de tempo.