O IRB Brasil Resseguros (IRBR3) firmou acordo para pôr fim às acusações apresentadas pela Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA). Conforme o fato relevante publicado pelo IRB nesta quinta-feira (11), essas acusações “tinham por objetivo principal a informação inverídica de que a Berkshire Hathaway integraria a base acionária da companhia, divulgada em território americano, entre fevereiro e março de 2020”. A Berkshire Hathaway é a empresa do megainvestidor americano Warren Buffett. As informações são do “Valor”.
“Em 10 de maio de 2023, a SEC anunciou que protocolou e solicitou aprovação do acordo pela U.S. District Court for the Southern District of New York”, diz o IRB, no fato relevante. A companhia acrescenta que disponibilizou, no acordo de não acusação (NPA, na sigla em inglês) assinado com o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), em 20 de abril deste ano, o montante de US$ 5 milhões, a título de compensação.
“Devido em parte à ampla cooperação e remediação da companhia neste caso, a SEC não impôs qualquer penalidade como parte de seu acordo com a companhia”, diz o IRB.
A empresa de resseguros diz que continuará cooperando com a SEC e o DOJ, “visando aprimorar suas práticas de controles internos, governança e conformidade, submetendo-se ao acompanhamento e reporte periódico ao DOJ por um período de até três anos”.
J.P. Morgan recomenda venda
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As ações do IRB Brasil receberam recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) do J.P. Morgan. A casa ainda estipulou um preço-alvo de R$ 35,00. O corte do banco norte-americano surge após os papéis da resseguradora brasileira terem disparado em abril.
Os analistas do J.P. Morgan justificam o avanço recente devido à combinação de lucros registrados em janeiro e fevereiro e volta ao benchmark da Ibovespa.
A instituição financeira vê a ação do IRB negociando a um múltiplo de 0,7 vez o P/BV (Price to Book Value), indicador que relaciona o preço da ação ao valor patrimonial proporcional a ela, ou 1 vez o P/BV esperado para 2023 quando ajustado para o Valor Presente Líquido (VPL) de créditos fiscais.
“Nós vemos esse valuation como inconsistente com a visibilidade ainda baixa em torno do ritmo de recuperação e lucratividade de longo prazo. Particularmente, não está claro para nós quanto os segmentos de duration mais longa ainda impactarão os resultados de subscrição. Além disso, a deterioração observada na sinistralidade rural no mercado de seguros deve representar menos benefícios para o IRB no 2T23”, escreveram os analistas do J.P. Morgan.
Além disso, a projeção do banco norte-americano para o IRB é de um ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) de 3% em 2023 e de 6% em 2024.
