A família Batista, dona de empresas como JBS e Eldorado Celulose, segue ampliando seu portfólio. Por trás da venda de quase metade das ações da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) na Usiminas está um veículo de investimentos financeiros dos Batista, a Globe Investimentos.
CSN e Usiminas informaram nesta quinta-feira (31) a venda de quase metade da fatia que a siderúrgica de Benjamin Steinbruch detinha na rival mineira para a Globe.
Com a aquisição, a Globe – que não está sob o guarda-chuva da holding da família Batista – a J&F Investimentos, passa a deter 4,99% das ações da Usiminas.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico, inicialmente, não seria intenção dos Batista seguir aumentando a participação na Usiminas – embora a J&F esteja em trajetória clara de diversificação de seus negócios.
Segundo os comunicados, após a transação, a CSN reduziu de 12,91% para 7,92% sua participação na Usiminas.
Com a venda, a companhia fica mais perto de cumprir uma determinação de 2014 do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) de reduzir sua posição na siderúrgica mineira a menos de 5%.
A venda dos papéis ocorre dias antes de uma sessão do Cade que trataria sobre o assunto, em 6 de agosto. Havia expectativa de que o órgão determinasse, nessa sessão, o desinvestimento imediato por parte da CSN.
Pressionado pelo TRF-6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região), há cerca de um mês, o órgão deu prazo de 60 dias para que a CSN apresentasse um plano de venda das ações da Usiminas. Na semana passada, seus sete conselheiros acabaram intimados a explicar a demora no processo.
Procuradas, a Usiminas informou que não comentaria além do comunicado de redução de participação acionária relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A CSN não se manifestou sobre o assunto. Os Batista também não comentaram.