Após a divulgação dos resultados do Itaú (ITUB4), os analistas estão revendo suas projeções, já que os números se mostraram acima das expectativas. Entre as análises, estão o destaque de que os resultados deste trimestre são as melhores margens financeiras do banco em relação aos seus competidores, mas também fazem uma ressalva quanto à qualidade dos ativos que ampararam esse crescimento em segmentos como cartões de crédito e empréstimos pessoais. Às 10h12 (horário de Brasília) desta terça-feira (9), as ações ITUB4 subiam 2,77%, a R$ 25,94.
“O crescimento da carteira, combinado com o aumento das taxas de juros beneficiou a margem com clientes e levou a um forte NII [receita com juros] de R$ 22,6 bilhões, acima da nossa estimativa”, afirmam os analistas da XP, que mantiveram a recomendação de compra para ITUB4, com preço-alvo de R$ 31, mesmo após a divulgação dos resultados, segundo o “InfoMoney”.
Avaliação do Credit Suisse
O Credit Suisse afirma que o resultado do banco aponta um ambiente de margens líquidas fortes para o banco, segundo o “InfoMoney”. “Achamos interessante ver a habilidade do banco em crescer no crédito ao varejo com qualidade”, afirma.
Os analistas da casa apontam que o custo de risco líquido ficou em níveis inalterados, mesmo que as provisões do banco tenham sido revisadas no guidance para 2022 (de R$ 25 bilhões a R$ 29 bilhões para R$ 28 bilhões a R$ 31 bilhões).
Além disso, prevê que o Itaú encerrará o ano com lucro líquido gerencial de R$ 31,1 bilhões. “Reiteramos nossa avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado) para Itaú Unibanco, que permanece um top pick, assim como Banco do Brasil (BBAS3)”, afirma a casa. O preço-alvo do Credit Suisse para ITUB4 é R$ 30.
Avaliação do JP Morgan
Para o JP Morgan, o fato do Itaú ter conseguido manter as margens líquidas com mercado no terreno positivo, em R$ 650 milhões, diferentemente do Bradesco e Santander, foi impressionante, segundo o “InfoMoney”.
“No lado da qualidade de ativos, o Itaú também se saiu melhor que os seus pares, com a taxa de inadimplência de 90 dias piorando apenas 10 pontos-base”, afirmam analistas do JP. Mesmo assim, a casa afirma que o crescimento de empréstimos em produtos de risco, como cartões de crédito e empréstimos pessoais, pode se tornar uma preocupação se não houver uma desaceleração.
O JP Morgan apresenta uma classificação overweight (exposição acima da média do mercado) para ITUB4, com um preço-alvo de R$ 25,24.
Avaliação do Goldman Sachs
O Goldman Sachs, mesmo com uma expectativa que ficou acima dos resultados do Itaú (ITUB4), após revisar as projeções, mantém uma avaliação neutra sobre os papéis, com preço-alvo de R$ 25. Já que os analistas da casa esperam uma reação positiva do mercado à revisão do guidance da companhia, segundo o “InfoMoney”.
O Itaú apresentou receitas sólidas, por conta das melhores margens líquidas com clientes, segundo avaliação da casa.
Atualmente, o Goldman Sachs prevê, para o encerramento do ano, um retorno sobre patrimônio líquido entre 19,3% e 23,9%, e um lucro líquido recorrente entre R$ 28,3 bilhões e R$ 35,7.
Avaliação do Bradesco BBI
Para o Bradesco BBI, as melhores margens financeiras com clientes compensaram um maior custo de risco, segundo o “InfoMoney”.
Porém, “No lado negativo, destacamos um crescimento relevante com custos de provisões diante de uma deterioração na qualidade de ativos para indivíduos”, afirmam os analistas.
O Itaú (ITUB4), apresentou um trimestre “decente”, com tendências sólidas, segundo o Bradesco BBI. Além disso, a casa destacou a revisão do guidance da companhia, que levou o mercado a rever, para cima, suas expectativas.
“Contudo, notamos que provisões mais altas poderiam acender uma luz amarela sobre preocupações com a qualidade dos ativos, especialmente considerando o ritmo de crescimento em linhas mais arriscadas”, segundo um relatório do BBI.
Os analistas do Bradesco BBI mantiveram a recomendação de compra para ITUB4, com preço-alvo de R$ 3, com a justificativa de que o papel é negociado com um valuation atrativo.