Jato chinês quer concorrer com Boeing e Airbus faz voo inaugural

O C919 é a primeira aeronave de grande porte fabricada fora dos Estados Unidos e da Europa

O jato C919, fabricado pela estatal chinesa Comac, concluiu seu primeiro voo com passageiros neste domingo (25), quase seis meses depois de ter sido entregue à companhia aérea China Eastern Airlines Corp. O C919 é a primeira aeronave de grande porte fabricada fora dos Estados Unidos e da Europa, para concorrer com o A320, da Airbus, e o 737 Max, da Boeing (BOEI34).

O voo inaugural partiu de Xangai às 10h32 (horário local e 23h32, em Brasília), transportando 128 passageiros. Ele pousou em Pequim às 12h30 (1h30 de Brasília). Antes da decolagem, a mídia estatal chinesa mostrou dezenas de pessoas reunidas sob o sol, no terminal de Xangai, admirando o avião. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do BP Money.

A estreia ocorreu depois de um longo processo de desenvolvimento do jato, realizado pela Commercial Aircraft Corp of China, a Comac, como é conhecida, na China. A fabricante iniciou o trabalho em 2008. As primeiras peças foram produzidas no fim de 2011. Somente em setembro de 2022 o C919 recebeu a certificação oficial para voar. Com corredor único, ele tem autonomia de voo de 5.552 quilômetros. Pode acomodar até 168 passageiros.

Embraer (EMBR3) gastou R$ 806 mi em acordo frustrado com Boeing 

A Embraer (EMBR3) já desembolsou mais de R$ 806 milhões com o negócio fracassado com a Boeing (BOEI34). Mesmo após o rompimento do acordo há 3 anos, a companhia brasileira segue gastando.

Nesse sentido, a Embraer cobra o ressarcimento da companhia americana pelo rompimento do acordo. Entretanto, a companhia alerta seus investidores que pode não receber o aporte de volta, como inclusive ser obrigada a “pagar danos monetários significativos à Boeing”.

O portal da InfoMoney que apurou os valores através das demonstrações financeiras da Embraer dos últimos seis anos e os documentos públicos depositados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na SEC (Securities and Exchange Comission). Uma vez que a Embraer não comenta sobre o assunto.

Além disso, a companhia brasileira passou a não citar o nome da Boeing em seus balanços, principalmente a partir de 2022. Desse modo, a quantia milionária desembolsada pela Embraer, não serviu apenas para segregar a sua divisão comercial, como também para reincorporá-la, depois que o acordo fracassou. Vale ressaltar que a empresa receberia US$ 4,2 bilhões por 80% da nova empresa e ficaria com os outros 20%, se ele tivesse sido concluído.

Sendo assim, dos R$ 806 milhões, R$ 485,5 milhões foram gastos em 2019, após a assinatura do MTA (Master Transaction Agreement, o documento que definiu os termos do acordo). Cerca de R$ 215,7 milhões foram desembolsados pela companhia no primeiro semestre de 2020, antes de o negócio ser cancelado pela Boeing. 
Por fim, cerca de R$ 105,6 milhões foram gastos em 2021, com o programa One Embraer, criado para reintegrar a divisão comercial à Embraer.

Nos documentos, a companhia diz que a Boeing “rescindiu indevidamente o acordo que criaria parcerias nas áreas da aviação comercial e de defesa & segurança, gerando custos significativos para nossa empresa”.
Por outro lado, a Boeing diz que tinha direito a cancelar o acordo com a Embraer, porque a brasileira não cumpriu os termos do contrato.