A temporada dos resultados das companhias brasileiras já chegou para as empresas do setor de bebidas e de alimentos que devem apresentar números variados no terceiro trimestre, segundo analistas.
O balanço é feito pela XP Investimentos após quatro trimestres sequenciais de recuperação, iniciados em julho de 2020, onde a base de comparação mais difícil é motivo suficiente para a corretora estar cautelosa com o setor de bebidas.
Apesar do cenário macroeconômico permanecer com resultados decepcionantes, a XP espera resultados mistos no setor de alimentos, confirmando a visão de que a diversificação geográfica tem sido mais estratégica nos resultados dos frigoríficos brasileiros. As ações da JBS (JBSS3) e da Marfrig (MRFG3) contam com o otimismo dos analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, que cobrem o agronegócio. Segundo a dupla, as operações de ambas as companhias nos Estados Unidos devem alavancar os resultados.
Ambas têm recomendação de compra, e a corretora espera que o lucro líquido de ambas cresça 209% e 131%, respectivamente, no 3° trimestre deste ano sobre o mesmo período em 2020.
Outras duas empresas requerem mais cautela em relação aos resultados do terceiro trimestre: a Ambev (ABEV3), maior cervejaria do Brasil e com recomendação de compra, e a BRF (BRFS3), processadora de alimentos e com indicação neutra. A Ambev deve ter registrado crescimento de apenas 1,5% em seu lucro líquido no trimestre passado, na comparação anual, somando R$ 2,480 bilhões.
Já a BRF, a despeito de melhoras nas margens no período, sofre com a pressão constante por preços mais altos no mercado interno. A XP projeta que o terceiro trimestre seja um ponto de inflexão para a BRF, que deve divulgar prejuízo líquido de R$48 milhões.