JBS fecha acordo sobre fixação de preços de carne bovina nos EUA 

Em nota, a JBS disse que não admitiu responsabilidade, mas que o acordo era de seu interesse  

A JBS (JBSS3) aceitou pagar US$ 52,5 milhões para acabar com litígios que acusam frigoríficos de conspirar para reduzir a oferta no mercado de carne bovina dos EUA, com intenção de inflar os preços e subir o lucro. 

Esse acordo preliminar entre a empresa brasileira e suas unidades nos EUA com os chamados compradores diretos foi divulgado na terça-feira (2) e é o primeiro em litígio antitruste do país a respeito dessa fixação de preços de carne bovina. 

O acordo recebeu o nome de ‘’quebra-gelo’’, já que segundo os advogados dos compradores possui uma excelente recuperação. Os advogados fizeram menção também ao acordo de US$ 24,5 milhões da JBS no ano passado sobre a fixação de preços alegada por compradores de carne suína. 

A JBS disse em nota que não admitiu responsabilidade, mas que o acordo era de seu interesse. A companhia também afirmou que vai se defender de acusações de fixação de preços de carne bovina por outros demandantes. 

O acordo exige a aprovação do juiz John Tunheim, do tribunal federal de Minneapolis. Outros réus incluem a Cargill, a National Beef Packing, controlada pela Marfrig, e a Tyson Foods. 

A JBS decidiu fazer o acordo um mês depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, divulgou um plano de novas regras para reforçar a concorrência e impedir a “exploração” no setor de carnes. 

Biden demonstrou preocupação de que um pequeno grupo de frigoríficos fosse capaz de ditar os preços de carne bovina, suína e de aves, aumentando as pressões inflacionárias causadas pelo aumento dos custos de mão de obra e transporte, e pelas restrições de oferta relacionadas ao Covid-19. 

Em processo, os compradores diretos acusaram os réus, que controlavam cerca de 80% do fornecimento de carne bovina in natura e congelada dos EUA, de conspirar desde 2015 para reduzir os volumes de abate, criando um déficit que as empresas menores não conseguiam compensar. 

Compradores e consumidores comerciais de carne bovina entraram com ações semelhantes. Já os produtores de gado também processaram, alegando que ganharam menos do que receberiam em um mercado competitivo.