
A JBS (JBSS3) é uma das empresas interessadas na compra da maior companhia avícola do Oriente Médio, a Alwatania. Uma apuração da “Bloomberg” revelou que a companhia de frigoríficos fez uma oferta pela empresa, como a saudita Almarai. Mas outras companhias também estão na disputa.
No pregão desta segunda-feira (10), os papéis da JBS avançavam 3,11%, negociadas a R$ 32,48, por volta das 14h23. As ações estavam entre as maiores altas do Ibovespa no horário.
A disputa pela compra da Almarai também tem a empresa saudita Tanmiah Food e um consórcio liderado pela empresa ucraniana de tecnologia agrícola MHP, de acordo com a Bloomberg.
A Alwatania, sediada na Arábia Saudita, foi fundada em 1977 por Sulaiman Al Rajhi, que também criou o Al Rajhi Bank. A empresa processa mais de 1 milhão de aves e 1,5 milhão de ovos por dia. Enquanto isso, o Al Rajhi Bank é o maior credor por capitalização de mercado no reino e um dos maiores bancos islâmicos do mundo.
A família Al Rajhi está entre os não-reais mais ricos da Arábia Saudita. Os negócios da Alwatania vem explorando uma potencial venda desde o final do ano passado, em uma transação que pode render até R$ 2 bilhões (US$ 533 milhões).
O processo ainda está na fase de negociações, portanto os licitantes ainda podem desistir ou a Alwatania pode decidir não prosseguir com a venda.
Na avaliação do Goldman Sachs, essa aquisição fortaleceria a posição da JBS na Arábia Saudita e na ampla região do GCC — Conselho de Cooperação do Golfo, composto por seis países do Golfo Pérsico: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.
“Ao longo dos anos, a JBS demonstrou uma abordagem consistente na alocação de capital, tanto para o crescimento orgânico quanto para o crescimento por aquisições, e acreditamos que o Oriente Médio pode ser uma oportunidade para acelerar o crescimento e a diversificação da demanda”, afirmaram os analistas Thiago Bortoluci and Nicolas Sussmann em relatório do banco.
JBS (JBSS3) vai certificar couro bovino com inteligência artificial
A JBS (JBSS3) Couros fechou um acordo com a Mindhive Global, da Nova Zelândia, para usar IA (inteligência artificial) na classificação da qualidade do couro bovino produzido nas 21 unidades da empresa no Brasil. A neozelandesa é especializada em uma tecnologia que consegue processar, por hora, 360 peles por linha de produção.
Essa IA consegue executar a tarefa com precisão maior que 91%, como informou a Mindhive ao “Valor”. O processo inspeção e classificação do produto ocorre em quatro segundos, em que são identificados defeitos em 25 categorias.
A implementação da tecnologia nas unidades da JBS Couros deve ser finalizada entre junho e julho. A empresa vai instalar duas máquinas por mês até atingir um total de 10 equipamentos de classificação e três de seleção em funcionamento nas plantas, de acordo com informações do “Valor”.
Por ano, a JBS Couros, maior processadora do produto no mundo, processa 7 milhões de peles, que são inspecionadas com uso de trabalho manual.