Klabin (KLBN11): novo projeto é questionado até pela XP

O projeto, chamado "Figueira", conta com um investimento bilionário e foi anunciado na quarta-feira (20)

A XP divulgou sua análise sobre o novo projeto da Klabin (KLBN11). O projeto, chamado Figueira, conta com investimento bilionário, anunciado na quarta-feira (20), e será uma construção de uma fábrica de papelão em Piracicaba (SP).  

Por seu elevado custo, o mercado o questionou quanto a alocação de capital e o retorno esperado. Inclusive o Conselho de Administração da companhia o questionou, durante uma reunião do colegiado.  

As ações da Klabin (KLBN11) caíram cerca de 6% na abertura do pregão desta quinta-feira (21), após o anúncio do projeto. Se recuperando parcialmente ao longo do dia e acumulando queda de 3,36% no fechamento.  

O projeto da Klabin 

O projeto consta da construção de uma nova fábrica, de 950 mil metros quadrados, de papelão ondulado, devendo fornecer 240 mil toneladas do produto. 

O pagamento deve ocorrer entre 2022 e 2024, e o capex deve somar R$ 1,57 bilhão. A Klabin (KLBN11) defendeu seu projeto com a crença em um modelo de negócios diversificado, sustentável e integrado. 

Análise negativa dos conselheiros  

Dois membros do conselho, Mauro Rodrigues da Cunha e Camilo Marcantonio, votaram contra, sob a justificativa de uma preocupação com o Projeto Figueira, pois tem VPL negativo em 20 anos e retorno escasso e que não era o melhor uso de capital no momento, segundo o “Infomoney”.  

Já Isabella Saboya, também membro do conselho, que votou a favor do projeto, reconheceu que permanecem dúvidas sobre o projeto, mas escolheu o “benefício da dúvida”.  

“O projeto isoladamente parece não ser atrativo em termos de retorno financeiro, mas exerço o meu right to trust de que o projeto faz sentido no modelo de negócios geral da companhia e, portanto, dou o benefício da dúvida à administração. Mas insisto que a companhia deveria ainda esse ano dedicar pelo menos um dia inteiro ao Planejamento Estratégico entre administração e Conselho de Administração para que controvérsias como a desse projeto se tornem desnecessárias. Fica evidente pelos votos contrários de que a ausência desse Planejamento Estratégico conjunto entre administração e Conselho de Administração causa danos à boa dinâmica do órgão e ao alinhamento imprescindível entre administração e Conselho.” afirma Saboya. 

“Acreditamos que essas atas de reuniões, mais uma vez, esclarecerão a governança corporativa da Klabin e provavelmente não serão bem recebidas pelos investidores.” afirmam analistas da XP, que consideraram o tom dos comentários de alguns conselheiros como negativo.  

A XP recomenda a compra da ação da Klabin, com preço-alvo de R$ 31,20, um potencial de valorização de 67,9% em relação ao preço de fechamento da véspera.