Leilão de energia renovável contrata R$ 4 bilhões em investimentos

Leilão de energias renováveis realizado nesta quinta (8) contratou R$ 4 bilhões em investimentos em hidrelétricas, térmicas a biomassa e usinas eólicas e solares. São 884,8 MW (megawatts) em nova capacidade de geração, com início de operações a partir de 2024.

Foram realizados dois leilões, um com entrega em três anos e outro com entrega em quatro anos. No primeiro, foram contratadas 33 empresas geradoras, com deságio médio de 30,83%. O segundo teve 18 empreendimentos e deságio médio de 28,82%.

Como o início das operações ocorre a partir de três anos, os projetos contratados no leilão desta quinta não têm impacto na crise energética atual. Para resolver o problema de 2021, o governo anunciou que buscará térmicas sem contrato para injetar energia na rede.

“Tivemos um resultado muito bom, atendendo à demanda das empresas de distribuição, reforçando o interesse em fontes renováveis e gerando economia para o consumidor”, disse nesta quinta Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE (Câmara Comercializadora de Energia Elétrica).

Nesses leilões, os projetos de geração disputam contratos com distribuidoras de energia. Apenas três empresas se comprometeram a comprar a energia nova, a Celpa, Cemar e Light, que operam no Pará, no Maranhão e no Rio de Janeiro.

O baixo número de compradores já era esperado pelo mercado, já que as distribuidoras de eletricidade do país vivem um cenário de sobrecontratação de energia, provocado pela queda nas projeções de demanda após a pandemia.

“Enquanto as distribuidoras não tiverem em seu portfólio necessidade de contratação, o resultado vai ser mais ou menos esse”, afirmou Altieri. A CCEE estima que, na média, a sobrecontratação durará até 2024 ou 2025.

Os projetos vencedores estarão localizados em dez estados brasileiros. Usinas eólicas no Nordeste tiveram a maior potência contratada. Depois, vieram usinas solares, também localizadas em estados nordestinos.

O gerente executivo da Secretaria Executiva de Leilões da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Patrus, frisou que os deságios representaram economia de R$ 2,5 bilhões aos consumidores, o que equivale a redução de 1,31 ponto percentual na tarifa, hoje pressionada pelos custos da crise hídrica.

No fim de junho, o governo realizou outros dois leilões para contratar energia com entrega a partir de 2025. A concorrência foi vencida pela Petrobras, que entrou na disputa com uma térmica a gás natural em Cubatão (SP).

A demanda também foi pequena, com apenas três distribuidoras de eletricidade do país interessadas nos contratos, que somaram 162,5 MW médios em contratos e tiveram deságio em torno de 50% sobre os preços previstos em edital.

 

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